Durante a gravidez, o corpo da mulher se transforma completamente para gerar uma nova vida. Nesse momento, é de extrema importância se cuidar. As alterações relacionadas à saúde bucal, por exemplo, pegam muitas mulheres de surpresa. Há aumento da sensibilidade dental e da quantidade de cáries, as gengivas também ficam mais sensíveis e desprotegidas em decorrência das alterações hormonais que ocorrem neste período.

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), 10% de todos os nascimentos podem ser incluídos nessa categoria. E estudos científicos indicam a possível relação entre doenças periodontais em gestantes e o nascimento de crianças prematuras de baixo peso, fator este que responde por mais de 60% da mortalidade entre bebês sem anormalidades anatômicas ou cromossômicas congênitas.

Pesquisas realizadas na Universidade de Aarhus, na Dinamarca, apotam que gestantes com doenças periodontais possuem 4,8 vezes mais chance de ter um parto prematuro quando comparadas às gestantes sem esse problema bucal. Outros estudos internacionais apontam, ainda, que a doença periodontal pode influir diretamente no nascimento de crianças com peso inferior a 2,5 kg. 

De acordo com a cirurgiã dentista, Paula Karam, a inflamação pode induzir a hiperirritabilidade da musculatura do útero, provocando contração e dilatação cervical, o que pode ser um gatilho para um parto prematuro. “A antecipação do parto ou nascimento de baixo peso do bebê podem acontecer em razão da presença de células inflamatórias no organismo da mãe provenientes da doença periodontal, as quais elevam as concentrações de prostaglandina, substância responsável pelas contrações na hora do parto”, explica a especialista.

Além disso, as doenças periodontais são consideradas de risco assim como outra infecção qualquer a partir do momento que as substâncias inflamatórias provenientes dessas infecções podem invadir a corrente sanguínea e potencializar inflamações em diferentes áreas do corpo, comprometendo a saúde geral da gestante e bebê.

A variação hormonal em gestantes é muito intensa e extremamente complexa, uma vez que a gengiva fica menos protegida e com menor capacidade de regeneração. Outro fator agravante é o fluxo salivar com ação protetora e higienizadora das gengivas e dentes, que pode ser afetado e diminuído, ficando menos protegidos.

“As mulheres também vomitam mais nessa fase e a saliva pode acabar ficando mais ácida. O pH mais baixo pode criar um ambiente propício para o desenvolvimento mais rápido doenças periodontais”, diz Paula.

(Com informações da CISE)

MAIS ACESSADAS