O que antes, muitas vezes, era um assunto jogado para debaixo dos tapetes, hoje é tema central em diversos debates. Pois nos últimos meses, vem surgindo na mídia e nas redes sociais, cada vez mais denúncias de assédio de todos os tipos.

Infelizmente, hoje um dos mais comuns é o assédio moral, principalmente, no ambiente de trabalho. Exemplo disso é que, até o final de 2017, a Controladoria Geral de União, abria um novo caso de assédio moral à trabalhadores a cada 55 horas. Porém, mesmo com o crescente conhecimento de novos casos, dados concretos sobre o assunto ainda são escassos.

A maioria dos casos costuma ocorrer no ambiente de trabalho, onde a vítima desse tipo de violência é, em sua maioria, uma pessoa introvertida, com tendência a auto estima baixa e postura tímida. Os agressores podem ser gestores, tanto quanto outros colegas, de forma que a vítima se sinta coagida e reprimida com as cobranças e agressões vivenciadas.

Segundo André Assunção, psicólogo do Hapvida Saúde, o assédio moral é toda ação que ofereça constrangimento e situações vexatórias às pessoas em ambientes de trabalho. Ocorre na relação interpessoal. E traz com ele prejuízos à vida pessoal, afetiva, social e de trabalho. Acarretando ainda estresse, irritabilidade, tristeza, angústia e sentimentos ambivalentes de humor (como oscilações de humor). A pessoa após passar por esses momentos, pode se sentir frágil e deprimida.

“O assédio é causado por alguém sentir-se mais que o outro e acreditar que pode humilhar ou expor alguém a situações de constrangimento. E isso também pode afetar as demais pessoas que compartilham deste ambiente, pois afeta as relações interpessoais e promove afastamento, estresse e irritação. A pessoa pode se ver também com pouca paciência e com baixa tolerância. E isso enfraquece a relação com as pessoas a sua volta e causa afastamento”, destaca o psicólogo.

Para o advogado Evandro Costa, no ambiente de trabalho, a forma mais eficiente de combater o assédio é a adoção de medidas claras e objetivas de gestão pelo empregador. A criação de uma política interna de boas práticas, a constante qualificação dos gerentes e supervisores, não é apenas para que não pratiquem, mas para que reconheçam o assédio por outros membros da equipe. E a criação de canais de comunicação com a equipe, como ouvidoria e disque-denúncia também ajuda.

“A conscientização é sem dúvida fundamental para encorajar a denúncia dos fatos. A postura de gritar, utilizar palavras rudes e obscenas, dirigindo-se de forma desrespeitosa aos empregados não é normal e aceitável. É permitido ser duro e cobrar eficiência da equipe, porém há o modo correto de fazê-lo.  Nessa evolução, as empresas criaram caminhos institucionais para recebimento de denúncias”, esclarece Evandro.

O respeito nas relações é fundamental para constituir um dinâmica interpessoal. Esse deve ser o ponto de partida para que ninguém se sinta constrangido e humilhado em uma relação laboral. Manter postura de alguém que sabe se impor nos momentos adequados e sabe se defender de certas agressões, também pode ajudar. Não se deixar levar por momentos de exposição é ter firmeza para saber o que é correto em uma relação. O sujeito (vítima) deve atribuir limites na relação com os colegas e chefia para que não se sinta mal nela. 

(Com informações do Hapvida saúde)

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