Ao caminhar pelas ruas da capital paraense, é inevitável encontrar os carrinhos que oferecem comidas típicas da região, como o vatapá, a maniçoba e o tacacá. Além desses pratos característicos, há uma variedade de lanches como coxinhas, mingaus, cachorros-quentes, entre outros, com preços diversos.
Na rua Treze de Maio, no Centro Comercial de Belém, o movimento constante de pessoas se mistura aos aromas e sabores que saem da Barraca da Fafá, comandada por Maria de Fátima de Araújo. Lindomar Silva de Araújo, filho e gerente da proprietária, ressalta a tradição na cozinha e o segredo está no preparo das comidas e no atendimento, fundamentais para atrair e fidelizar os clientes.
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Segundo Lindomar, a calçada fica lotada em determinados horários, evidenciando a relevância da culinária de rua na rotina da população. “Minha mãe aposta precisamente nos temperos amazônicos. Estamos numa das regiões mais vibrantes de Belém e compreendemos que muitos nem sempre conseguem retornar para casa para almoçar, param aqui e prezam por uma boa comida vendida na rua”.
A servidora pública Regiane Barbosa, 32, afirma que a comida de rua não é apenas uma escolha saborosa, mas também uma oportunidade de ter pratos ou lanches com valores mais acessíveis. “Todas as vezes que não trago a comida de casa, opto por comer nas proximidades, em alguma barraquinha. Se temos estabelecimentos que vendem a R$ 50 o quilo, encontramos na rua pratos a R$ 15”.
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ECONOMIA
Outro aspecto a ser destacado é a acessibilidade da comida de rua. Com valores geralmente mais acessíveis em comparação aos restaurantes convencionais, as alternativas de alimentação vendidas possibilitam que pessoas de diferentes faixas de renda desfrutem de refeições ou lanches. Isso contribui para promover a inclusão e democratizar o acesso à boa comida, declara Alcemir Pinheiro Barbosa, 58.
Há pelo menos dois anos, o autônomo atua na venda dos mais variados tipos de empada. Alcemir revela que diariamente são produzidos cerca de 150 salgados desse tipo, tanto doces quanto salgados, e ao final do expediente consegue comercializar todos a R$ 6 cada, ou duas unidades por R$ 10, na promoção. “Normalmente fico aqui nas proximidades do Bosque Rodrigues Alves e nos dias em que não venho, as pessoas sentem falta e me cobram no dia seguinte”, recorda.
“Eu vejo o meu trabalho como uma troca mútua: enquanto eu preparo tudo com dedicação para que o meu cliente retorne nos próximos dias, gerando uma renda para o meu sustento, penso que também ele consegue saciar-se por algumas horas para enfrentar uma jornada de trabalho até chegar em casa. Portanto, ambos saem ganhando; ambos saem felizes”, acrescenta Alcemir.
Entre os destaques do cardápio do vendedor Claudiomiler Barboza de Souza, 40, está o tradicional hot-dog simples, no valor de R$ 8, que inclui salsicha e salada no pão; e também o de R$ 10, que além dos ingredientes da opção anterior, possui picadinho. Tudo vendido em um carrinho localizado na travessa Antônio Baena, próximo da avenida Almirante Barroso, no bairro do Marco. “Estou há dois anos nesse ramo e não tenho do que reclamar. Além de conhecer pessoas novas todos os dias, é um trabalho do qual me orgulho. Não é cansativo, apesar de ficar em pé um pouco, mas é ótimo, é maravilhoso”.
Ao lado, Pablo Nascimento, 22, oferece o tradicional mingau de tapioca ou milho, com generosas doses de leite condensado e canela. “Eu morava em Manaus e vim para Belém sem conhecer muita coisa, e foi nessa oportunidade que encontrei para ganhar um dinheiro. Percebo que o paraense adora um mingau quente, mesmo com o calor intenso. E é desta forma que eu aproveito o embalo para vender”, conclui.
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