
Uma das principais fontes de renda no estado do Pará, a piscicultura ganhou um impulso significativo na última semana com uma jornada de capacitação teórica e prática voltada para produtores locais.
O evento, realizado na última segunda-feira (18) no Distrito de Benfica, em Benevides, reuniu agentes da cadeia produtiva da pesca local, além de técnicos especializados e pesquisadores no assunto. A ideia, em longo prazo, é consolidar a região como referência em piscicultura.
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A programação incluiu palestras técnicas, oficinas especializadas e demonstrações práticas sobre manejo, nutrição, sanidade e comercialização de peixes.
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O produtor Paulo Nogueira dedica sua produção à agricultura familiar e destacou os benefícios do acompanhamento técnico:
"Tenho três tanques de tilápia e tudo isso contribui ainda mais para aumentar a quantidade e a qualidade da nossa produção na região. Foi muito importante a troca de informações técnicas no evento de hoje", contou ele durante as capacitações.
Biometria: a chave do sucesso
Uma das técnicas mais importantes abordadas no evento foi a biometria, processo fundamental para o desenvolvimento zootécnico e sanitário dos peixes.
O engenheiro de pesca da Secretaria Municipal de Agricultura e Abastecimento (SEMAGRI) Tiago Duarte explicou como eventos do tipo são ideais para aproximar a ciência da prática tradicional.
"Os produtores puderam conhecer de perto os diferentes sistemas de produção e as diferentes formas de manejo e acompanhar o desenvolvimento dos peixes com uso da biometria", afirma Tiago.
Como funciona a Biometria na Aquicultura
A biometria na piscicultura funciona por meio da avaliação de uma amostra do lote para verificar peso e tamanho médios dos peixes. Este acompanhamento mensal permite:
- Verificar se os animais estão se desenvolvendo conforme esperado;
- Ajustar a nutrição e o manejo adequadamente;
- Tomar decisões importantes sobre práticas de cultivo;
- Definir o momento ideal para colheita.
O processo é acompanhado desde a fase de alevino, ou seja, desde que sai dos ovos, garantindo controle total sobre o desenvolvimento dos peixes. Para o tambaqui, a colheita ocorre em aproximadamente 8 meses, enquanto a tilápia está pronta em cerca de 6 meses.
A piscicultora Mariza Ferreira da Silva compartilhou sua experiência da importância dos conhecimentos técnicos na área:
"Comecei há 1 ano com a piscicultura e tive muitos prejuízos. Depois que conheci o trabalho técnico de acompanhamento foi tudo de bom! Aprendi a fazer o manejo da produção do jeito certo!", comemora a paraense.
Pará: uma potência da piscicultura nacional
O estado do Pará se destaca como líder em crescimento aquícola no Brasil, apresentando números impressionantes, como:
- Taxa de crescimento de 21% em 2022, quando a média nacional era d 5%;
- Produção total 2021/2022: 14.269.401 quilos de pescado;
- Tambaqui: Principal espécie nativa com 8.003.560 kg produzidos;
- Outras espécies: Tambacu e tilápia também integram o portfólio produtivo.
O evento representa mais um passo no fortalecimento da cadeia produtiva aquícola do município paraense. A iniciativa visa impulsionar a produtividade, sustentabilidade e competitividade da piscicultura regional ao promover o desenvolvimento socioeconômico das comunidades rurais envolvidas.
Com o potencial amazônico e as políticas públicas adequadas, o Pará caminha para se consolidar ainda mais como referência em piscicultura sustentável, combinando tradição local com inovação tecnológica para atender às demandas crescentes do mercado de pescado.
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