Uma jornalista foi alvo de ataques morais e psicológicos, na última quarta-feira (17), cometidos por um colega de profissão, um apresentador de uma emissora rival, no município de Marabá, sudeste paraense.

O caso ganhou repercussão na cidade após diversos áudios repletos de xingamentos cometidos por parte do apresentador Edson Santos circularem em grupos de WhatsApp sobre a participação da jornalista para apresentar uma live solidária de artistas locais.

“Vão fazer uma live e colocam no flyer o M-- e a A---. A única coisa que a A-- fez pela música em Marabá foi f*** com todos os pagodeiros da cidade. Ela deu pra (sic) todos. E eu não tô (sic) pedindo segredo pra (sic) ninguém, não. Eu quero é que vá tomar no c*”, dispara o apresentador em um dos áudios divulgados.

Manifesto público foi divulgado na última quinta-feira (18).
📷 Manifesto público foi divulgado na última quinta-feira (18). |Reprodução/Correio de Carajás

O Grupo Correio de Comunicação, no qual a jornalista faz parte, se solidarizou com a profissional e repudiou os ataques. “Tal ocorrência é inaceitável, atinge a pessoa humana e nos atinge a todos como colegas de profissão e de trabalho no cotidiano”, diz. “Ela, que é citada de forma pejorativa e tem sua honra e conduta pessoal atacadas, já ingressou com medidas no âmbito legal para exigir a reparação a que tem direito e para que tal ocorrência fique sem a resposta à altura da difamação”, frisou.

Por meio de nota, o Sindicato dos Jornalistas do Pará (Sinjor Pará) não apenas repudiou os ataques e prestou solidariedade à jornalista, como ressaltou que a profissional tomou medidas legais sobre o caso. Foi registrado um boletim de ocorrência na última quinta (18) na Superintendência Regional do Sudeste do Pará (10º RISP), além de uma queixa-crime junto ao agressor.

“A Comissão de Mulheres do Sinjor-PA presta total solidariedade à jornalista e seguirá junto com A-- acompanhando o caso para assegurar que o agressor não fique impune. Não podemos permitir que mulheres, sobretudo jornalistas, continuem sendo alvo frequentes de violências baseadas na matriz moral de uma cultura machista que estabelece relações de poder e posse e reforça o sentimento de desprezo dos homens contra as mulheres. Machistas e misóginos não passarão!”, destaca o sindicato em nota.

Xingamentos foram compartilhados em áudio em grupos de WhatsApp. Foto: Webster2703/Pixabay

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