Um ataque a uma mesquita no Afeganistão nesta sexta-feira (18) deixou mais de 60 mortos após o teto do templo desabar em consequência das explosões.
As autoridades da província de Nangarhar (que fica 100 km a leste de Cabul, na fronteira com o Paquistão), confirmaram que ao menos 62 pessoas morreram e mais de 100 ficaram feridas na ação.
"As pessoas ainda estão usando uma escavadeira para tirar os corpos e os feridos dos destroços", disse Sohrab Qaderi, membro do conselho local. Por isso, afirmou ele, o número total de vítimas ainda pode subir.
Ainda não está claro como o ataque aconteceu. O porta-voz do governo de Nangarhar, Attaullah Khogyani, afirmou que duas bombas foram colocadas dentro da mesquita e explodiram durante as orações de sexta. Ele disse ainda que a maior parte das vítimas era de jovens.
Já o porta-voz da Presidência do Afeganistão, Sediq Seddiqi, disse que um homem-bomba se explodiu dentro do templo. Ele também usou as redes sociais para condenar o ataque.
"O Taleban e seus parceiros em crimes horrendos continuam a mirar civis durante suas orações", disse.
O grupo, porém, negou participação no episódio e culpou o governo. "Todas as testemunhas afirmam que foi um ataque mortal das forças da Administração de Cabul", afirmou Suhail Shaheen, porta-voz do Taleban.
O Estado Islâmico, que atua na região, também não assumiu a autoria do atentado.
Este ataque acontece após a ONU publicar um novo relatório na quinta-feira (17) que afirma que o número de civis mortos e feridos subiu no Afeganistão no último trimestre.
Entre 1º de julho e 30 de setembro foram 1.174 civis mortos e 3.139 feridos diz o levantamento, um aumento de 42% em relação ao mesmo período de 2018.
O relatório, que analisa a violência no país ao longo de 2019, enfatiza que "os afegãos foram expostos a níveis extremos de violência por muitos anos", apesar das promessas de todas as partes de "prevenir e mitigar os danos ao meio ambiente e aos civis".
"As vítimas civis são totalmente inaceitáveis", disse o representante especial da ONU no Afeganistão, Tadamichi Yamamoto, acrescentando que o documento demonstra a importância das negociações para um cessar-fogo e para um acordo político permanente.
(Folhapress)
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