Os Estados Unidos foram acusados de roubar cerca de 200 mil máscaras que iriam para outros países atingidos pela pandemia, como França e Alemanha.

Segundo as autoridades alemãs, os EUA ordenaram a apreensão de uma carga de máscaras em Bangcoc, na Tailândia - um ato que foi chamado de “pirataria moderna”.

As máscaras eram do modelo FFP2 e haviam sido encomendadas pela polícia de Berlim, mas não chegaram ao seu destino. O ministro do Interior da Alemanha, Andreas Geisel, disse que eles foram “desviados” para os EUA.

A França e o Brasil já denunciaram casos semelhantes, incluindo o que vem sendo descrito como “roubo de contratos” pelos norte-americanos, que estão cobrindo as ofertas de encomendas de insumos, afetando vários países.

Além disso, empresa que produz máscaras, 3M, foi proibida por Donald Trump de exportar seus produtos para a América Latina e o Canadá.

Trump justificou: "Precisamos destes ítens imediatamente para uso doméstico. Precisamos tê-los", disse em sua conversa diária sobre o coronavírus com a imprensa na Casa Branca.

Entretanto, para o ministro alemão, o desvio de máscaras foi um "ato de pirataria moderna". "Não é assim que se lida com parceiros transatlânticos", disse. "Mesmo em momentos de crise global, não é correto usar métodos do 'velho oeste'."

Também, uma carga de 600 respiradores artificiais encomendada de um fornecedor chinês por estados do nordeste brasileiro não pode embarcar do aeroporto de Miami, onde fazia escala, para o Brasil.

Em nota enviada à imprensa brasileira, a Casa Civil da Bahia informou que "a operação de compra dos respiradores foi cancelada unilateralmente pelo vendedor". O valor final da compra, de R$ 42 milhões, ainda não havia sido pago pelo governo baiano. A suspeita é de que os EUA tenham oferecido um valor mais alto pelos produtos, prática também denunciada pelo governo francês.

"Encontrei um estoque de máscaras disponíveis e os americanos - não estou falando do governo americano - ofereceram o triplo do preço e se propuseram a pagar adiantado", disse a presidente da região da Île-de-France, Valérie Pécresse, que definiu a disputa por máscaras com uma “caça ao tesouro”.

A demanda por máscaras cirúrgicas aumenta à medida que agrava-se a crise do coronavírus.

Foto: Reprodução

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