As astrônomos do Observatório Europeu do Sul (ESO, na sigla em inglês) descobriram o buraco negro mais próximo da Terra já observado. De acordo com um artigo publicado na quarta-feira (6) no Astronomy & Astrophysics, o fenômeno está localizado a apenas 1000 anos-luz da terra (1 ano-luz corresponde a 9,46 trilhões de quilômetros) e faz parte de um sistema triplo que pode ser visto a olho nu.
A equipe observava o sistema binário de estrelas HR 6819 quando descobriu um terceiro corpo no conjunto. Ao analisar os corpos celestes, o cientistas descobriram que as duas estrelas orbitavam um objeto invisível a cada 40 dias. "Este sistema contém o buraco negro mais próximo da Terra que conhecemos", afirmou o líder do estudo Thomas Rivinius, em comunicado.
O fenômeno está na constelação de Telescopium e pode ser visto do Hemisfério Sul em noites escuras de céu limpo, mesmo sem binóculos ou telescópios.
"Ficamos totalmente surpresos quando percebemos que esse é o primeiro sistema estelar com um buraco negro que pode ser visto a olho nu", disse Petr Hadrava, coautor do estudo.
O fenômeno não interage violentamente com o ambiente, portanto, parece realmente "negro" ao ser observado. Os astrônomos puderam identificar sua presença e calcular sua massa estudando a órbita das estrelas do conjunto.
“Um objeto invisível com uma massa pelo menos quatro vezes maior que a do Sol? Isso só pode ser um buraco negro", comentou Rivinius.
De acordo com os especialistas, a descoberta desse buraco negro "silencioso" sugere que outros fenômenos do tipo existam na Via Láctea.
“Deve haver centenas de milhões de buracos negros por aí, mas conhecemos apenas sobre poucos", afirmou Ribinius. "Saber o que procurar deve nos coloca em uma posição melhor para encontrá-los."
Um exemplo é o sistema binário LB-1, localizado na constelação de Gêmeos. Há anos os cientistas estudam o conjunto e cogitam a existência de um buraco negro por ali.
"Ao encontrar [sistemas como esses] e estudá-los, podemos aprender muito sobre a formação e evolução dessas estrelas raras, que começam suas vidas com mais de oito vezes a massa do Sol e terminam explodindo em supernova e deixando para trás um buraco negro", explicou Marianne Heida, uma das pesquisadores, em declaração à imprensa.
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