O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta sexta-feira (29) que o país rompeu com a OMS (Organização Mundial da Saúde). O presidente norte-americano ainda fez várias críticas à forma como o órgão vem lidando com a pandemia do novo coronavírus e também atacou a maneira como a entidade lidou com o papel da China na questão do vírus.

Os EUA são o maior contribuinte de recursos à organização, segundo o Banco Mundial, em 2019, o país destinou mais de US$ 400 milhões à entidade, cerca de 15% do orçamento da OMS naquele momento. 

Os EUA, no entanto, é o país mais afetado, em números absolutos, pela Covid-19. Segundo a universidade Johns Hopkins, que monitora casos da doença ao redor do mundo, já houve 1,7 milhão de casos do novo coronavírus nos EUA, deixando mais de 100 mil mortos. 

Trump já havia suspendido as contribuições dos EUA à OMS em 14 de abril, acusando-a de promover a "desinformação" da China sobre a pandemia de coronavírus e dizendo que sua administração faria uma revisão da entidade. Representantes da OMS negaram as acusações, e a China insistiu que foi transparente e aberta.

Trump chegou a dizer que considerava restabelecer parte do financiamento americano à OMS, mas em um volume muito menor, cerca de 10% do volume anterior.

Hoje, ao anunciar o rompimento, Trump voltou a falar sobre a necessidade de reformas, mas sem dar detalhes sobre quais seriam elas.

"Nós detalhamos as reformas que [a OMS] deve fazer e tratamos com eles diretamente, mas eles se recusaram a agir. Como eles falharam em fazer as necessárias e pedidas reformas, hoje vamos encerrar nosso relacionamento com a Organização Mundial de Saúde, e redirecionar esses fundos para outras necessidades globais urgentes de saúde pública", afirmou Trump.

Segundo o presidente, "o mundo precisa de respostas da China sobre o vírus" e que transparência é necessária.

Até as 16h15 (horário de Brasília), não havia manifestação da OMS sobre o anúncio de Trump no site da organização ou em suas redes sociais.

Donald Trump, em entrevista coletiva concedida na Casa Branca para tratar do rompimento com a OMS Foto: Reprodução

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