Milhares de pássaros estão sendo encontrados mortos nos Estados Unidos, principalmente nos estados da costa oeste. O fenômeno ainda é estudado, mas especialistas suspeitam que a morte das aves, que são essencialmente migratórias, esteja relacionada com as queimadas que devastam a Califórnia, Oregon e Washington.

Cientista da Universidade do Estado Novo México (NMSU) estão coletando e analisando os animais mortos para chegar a uma conclusão. O Serviço de Pesca e Vida Selvagem dos Estados Unidos e as autoridades locais do Novo México foram alertadas da situação.

Allison Salas, da NMSU, relata que a mortalidade em massa afeta as aves migratórias que, possivelmente, anteciparam suas saídas de áreas afetadas pelo fogo. Muitas estão debilitadas e com dificuldade de encontrar alimento não somente nas áreas dos incêndios, mas também no Deserto de Chihuahuan, que se estende pelo Novo México, Arizona e Texas.

"Temos coletado pássaros mortos (com as licenças apropriadas) nas ruas, no campus, em campos de golfe, literalmente em todos os lugares", escreveu Allison em relato feito no Twitter.

Segundo a especialista, as aves estão em uma condição relativamente boa, exceto pela magreza em excesso.

"Eles não têm reservas de gordura e quase nenhuma massa muscular. É quase como se estivessem voando até que simplesmente não pudessem mais voar", explicou Allison.

A professora Martha Desmond, também da NMSU, revelou que o mistério das mortes começou no dia 20 de agosto, com o primeiro registro de um número grande de aves encontradas mortas.

"É simplesmente terrível", disse Martha à CNN. "O número está em seis dígitos. Só de olhar para o escopo do que estamos vendo, sabemos que este é um evento muito grande, centenas de milhares e talvez até milhões de pássaros mortos", disse.

Martha alertou que, além dos padrões migratórios terem sido alterados por causa dos incêndios, as aves podem ter inalado gases tóxicos, causando danos pulmonares nos animais.

Isso foi observado no movimento letárgico de algumas espécies que foram vistas no chão e conhecidas por voarem a maior parte do tempo. Esses animais também estão sendo atropelados por carros em números maiores que nunca.

Foto: Reprodução

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