A imagem do palestino Jihad Al-Suwaiti, de 23 anos, sentado na janela de um hospital, na Cisjordânia, circulou o mundo durante os primeiros meses de pandemia. Ele escalava o prédio todos os dias para conseguir ver a mãe, que estava internada com Covid-19 e por isso ele não podia acompanhá-la. As informações são da rede de TV NBC.
A mãe do rapaz, Rasmiye Al-Suwaiti, 73, morreu em julho. A família foi avisada sobre a morte da idosa, mas também de que o corpo não seria entregue pelo hospital, como medida de segurança sanitária. O filho e os irmãos, então, resolveram roubar os restos mortais de Rasmiye.
Jihad, juntamente com irmãos, outros familiares e amigos, chegaram ao hospital em sete carros com o objetivo de distrair e confundir os motoristas das ambulâncias que os perseguiam depois do roubo do cadáver. O plano deu certo, eles conseguiram despistar as autoridades e o levaram de volta a Beit Awwa, sul da Cisjordânia.
Tarek al Barbarawi, diretor do hospital Alia em Hebron, onde Rasmiye estava internada, disse que o roubo aconteceu porque os filhos não queriam que o corpo fosse embrulhado em plástico.
“Ela disse: ‘Se eu morrer por causa desta doença, não me enterre em um saco plástico!'", confirmou Jihad, o mais novo de seus nove filhos. “Eu a segurei com minhas próprias mãos, cavei sua sepultura e a enterrei do jeito que ela me pediu”, disse.
Apesar do roubo ter acontecido em julho, até agora Jihad não foi punido.
Pela tradição muçulmana, os mortos devem ser enterrados o mais rápido possível, com o corpo envolto em uma mortalha branca. Mas, com a pandemia do novo coronavírus, novos decretos foram criados para lidar com a doença e os enterros dos muçulmanos, segundo o xeque Muhammad Hussein, Grande Mufti de Jerusalém e Territórios Palestinos.
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