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Eleições americanas: eleitores vão às urnas para escolher o presidente dos Estados Unidos

Hoje é o dia principal das eleições na maior potência econômica do mundo, cujos reflexos chegam ao Brasil

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Imagem ilustrativa da notícia Eleições americanas: eleitores vão às urnas para escolher o
presidente dos Estados Unidos camera Donald Trump e Jonh Buiden disputam o comando da economia global a partir da Casa Branca | Agência Brasil

O dia final da eleição americana começou com quase 100 milhões de votos antecipados.

Segundo dados compilados pelo US Elections Project, iniciativa liderada por Michael McDonald, professor da Universidade da Flórida, 99,6 milhões de eleitores votaram antecipadamente.

Destes, 35,7 milhões votaram presencialmente. O restante o fez por correio.

O total de votos antecipados superou os 58,3 milhões registrados dessa forma em 2016 há mais de uma semana, em 25 de outubro.

Como no país o voto não é obrigatório, convencer as pessoas a sair de casa e participar das eleições é um dos desafios dos candidatos e tema especialmente presente na corrida deste ano.

Nesta terça (3), tanto o democrata Joe Biden quanto o republicano Donald Trump postaram nas redes sociais pedidos para que os eleitores votem. Várias cidades registraram filas antes mesmo que os locais de votação fossem abertos.

Comércio e ambiente terão impacto de eleição nos EUA, dizem exportadores

Exportadores brasileiros veem dificuldades nas relações comerciais com os Estados Unidos qualquer que seja o resultado das eleições desta terça (3). A avaliação é que, se por um lado o democrata Joe Biden pode trazer maior previsibilidade na balança comercial entre os dois países, por outro sua vitória deve ampliar pressões ambientais, dificultando acordos de livre comércio.

As eleições americanas vêm no momento em que o déficit comercial do Brasil com os EUA se amplia, diante de restrições a exportações impostas por Donald Trump nos últimos anos e de efeitos da pandemia, que derrubaram a venda de máquinas e equipamentos e o preço do petróleo, um dos principais produtos vendidos pelo Brasil àquele país.

Entre janeiro e setembro, o déficit comercial entre os dois países foi de US$ 3,12 bilhões (cerca de R$ 18 bilhões, na cotação atual), quase oito vezes mais que o de igual período de 2019. As exportações caíram 31,2%, enquanto as importações recuaram 22,9%.

Parte da retração se deve à queda do preço do petróleo, que derrubou o valor das exportações de óleo bruto e de combustíveis em 63% e 58,7%, respectivamente. Outra parte da queda se deve à pandemia, que cortou a menos da metade as vendas de aeronaves e motores não elétricos.

Mas uma parcela do déficit nos anos recentes é fruto de medidas protecionistas adotadas pelo governo Trump em meio à guerra comercial com a China, que afetaram principalmente as indústrias siderúrgicas e de alumínio a partir de 2018 e foram ampliadas sem aviso no último mês.

A imprevisibilidade da política comercial de Trump é vista por exportadores como uma das preocupações em relação à sua reeleição. Sem aviso prévio, os Estados Unidos anunciaram sobretaxas para o alumínio e reduziram as cotas de importação de aço.

Para os produtores brasileiros de alumínio, é uma estratégia de "chutar a porta e só depois começar a conversar". "O que não temos hoje é previsibilidade", diz o presidente da Abal (Associação Brasileira do Alumínio), Milton Rego.

Em relação a Biden, a maior preocupação está na agenda ambiental. O candidato democrata já ameaçou "reunir o mundo" para pressionar pela preservação da Amazônia e condicionou a assinatura de acordos comerciais à adoção de medidas pelo governo brasileiro.

"Biden vai se dedicar mais ao aspecto de meio ambiente, tema que não é muito agradável para o Brasil", diz o presidente da AEB (Associação de Comércio Exterior do Brasil), José Augusto de Castro. "Mas com Biden é mais fácil conversar. Teoricamente, tem previsibilidade, enquanto ações do Trump são tomadas de sopetão."

Castro diz, porém, não esperar mudanças drásticas nas relações comerciais no curto prazo, já que o mercado se move neste momento ao sabor da pandemia. Com a redução da demanda, há excedentes na oferta global de produtos manufaturados, que dominam a pauta de exportação brasileira para os Estados Unidos, o que deve aprofundar a competição pelos importadores.

O setor de máquinas e equipamentos concorda. "Se ganhar Trump ou Biden, as vendas não vão se alterar. O problema dos EUA agora é a Covid-19", diz o presidente-executivo da Abimaq (Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos), José Velloso. "São o nosso principal destino [de exportações], entraram numa crise grande, começaram a sair dela mas agora vem a segunda onda."

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