Cientistas de Israel anunciaram que foram capazes de reverter o envelhecimento e estender o comprimento dos telômeros que ficam nas extremidades dos cromossomos.
Os telômeros são estruturas repetitivas de proteínas e DNA cuja principal função é impedir o desgaste do material genético. Eles “cobrem” as pontas de nossos cromossomos e, à medida que encurtam, nós vamos ficando mais velhos.
De acordo com os pesquisadores, pra reverter isso, eles usaram uma técnica chamada HBOT – oxigenoterapia hiperbárica – a absorção de oxigênio puro enquanto se fica sentado em uma câmara pressurizada por longos períodos. Com isso, eles afirmaram que reverteram parcialmente o processo de envelhecimento celular em humanos.
LEIA TAMBÉM!
- Rússia projeta vacina contra Covid-19 com eficácia 'acima de 95%'
- Cientistas registram, pela primeira vez, caso de hanseníase em chimpanzés
- "Ainda temos muito a investigar", diz virologista sobre vírus mortal encontrado na Bolívia
Um estudo inicial envolveu 26 pacientes e como resultado, alguns dos telômeros das células foram estendidos em até 20 por cento. A pesquisa foi publicada essa semana na revista científica Aging.
Segundo os cientistas, os participantes sentaram-se numa câmara de oxigênio hiperbárica por cinco sessões de 90 minutos por semana, durante três meses e alguns dos telômeros das células dos participantes foram estendidos em até 20 por cento.
Câmara hiperbárica
Nesse estudo, os especialistas conseguiram mostrar que as alterações genéticas provocadas pelo HBOT estenderam os telômeros e também tiveram um efeito potencialmente positivo na saúde dos próprios tecidos.
Uma amostra ligeiramente menor de voluntários também mostrou uma diminuição significativa no número de células T senescentes, tecidos que formam uma parte vital da resposta direcionada de nosso sistema imunológico contra invasores.
Descoberta chave
O pesquisador principal, Shair Efrati, médico da Faculdade de Medicina e da Escola de Neurociência Sagol da Universidade de Tel Aviv, explicou ao ScienceAlert como teve inspiração para o experimento:
“Percebemos que as mudanças no ambiente externo podem afetar processos centrais do envelhecimento celular. Um exemplo disso foi o experimento com gêmeos feito pela NASA, onde um dos gêmeos foi enviado para o espaço sideral e o outro ficou na Terra. Essa diferença refletiu no comprimento dos telômeros. Telômeros mais longos se correlacionam com melhor desempenho celular”, explicou Efrati.
Em um comunicado à imprensa do Centro Sagol para Medicina e Pesquisa Hiperbárica, Efrati diz que entender o encurtamento do telômero é “considerado o ‘Santo Graal’ da biologia do envelhecimento”.
“Uma vez que tenhamos demonstrado o efeito reverso do envelhecimento usando o protocolo HBOT predefinido, agora, mais estudos são necessários para otimizar o protocolo específico por indivíduo”, disse Efrati ao ScienceAlert.
Seja sempre o primeiro a ficar bem informado, entre no nosso canal de notícias no WhatsApp e Telegram. Para mais informações sobre os canais do WhatsApp e seguir outros canais do DOL. Acesse: dol.com.br/n/828815.
Comentar