A Organização das Nações Unidas (ONU) anunciou nesta terça-feira (1) que serão necessários 35 bilhões de dólares para ajudas em 2021, em meio a uma pandemia que deixou milhões de pessoas na pobreza e sob a ameaça da fome.
O relatório anual Panorama Humanitario Mundial da ONU afirma que 235 milhões de pessoas em todo o mundo precisarão de algum tipo de assistência no próximo ano, o que representa um aumento de 40% em relação a 2020. “O aumento se deve quase totalmente à covid-19”, afirmou o coordenador da ajuda de emergência da ONU, Mark Lowcock.
Segundo o relatório da organização, em 2021, uma em cada 33 pessoas no planeta vai precisar de ajuda. A ONU adverte ainda que a pandemia do novo coronavírus, que matou mais de 1,45 milhão de pessoas no mundo, afetou de modo desproporcional aqueles que já vivem na pobreza.
“O panorama que apresentamos é a perspectiva mais desoladora e sombria sobre a necessidade humanitária no período futuro que já anunciamos”, disse Lowcock. Ainda segundo ele, até o fim de 2020, o número de pessoas com insegurança alimentar aguda no mundo pode alcançar 270 milhões, uma alta de 82% na comparação com o dado anterior à covid-19.
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A situação no Iêmen, Burkina Faso, Sudão do Sul e nordeste da Nigéria indica que estes países já estão à beira da fome, enquanto uma lista de outros países e regiões, incluindo Afeganistão e a Sahel, também são “potencialmente muito vulneráveis”. “Se passarmos por 2021 sem grandes fomes, isto será uma conquista significativa”, afirmou o coordenador da ONU.
Arrecadar os 35 bilhões de dólares necessários em meio a uma crie econômica global pode ser uma tarefa árdua: o valor representa mais que o dobro dos US$ 17 bilhões obtidos em 2020. Esta quantia já representa um recorde, mas ainda está muito abaixo dos quase 29 bilhões de dólares solicitados no ano passado, antes da explosão da pandemia.
Lowcock insistiu que, embora a quantia solicitada pareça elevada, na realidade o valor é pequeno quando comparado com os valores que os países ricos estão injetando para resgatar suas economias.
“O que está em jogo é a vida de um grande número de pessoas vulneráveis, e o custo de salvaguardar suas vidas é, na realidade, muito pequeno em relação a todos os outros desafios que enfrentamos”, concluiu.
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