Um dos advogados principais do Departamento de Justiça dos Estados Unidos, Jeffrey Clark, vinha orquestrando um plano com o agora ex-presidente Donald Trump para forçar legisladores da Geórgia a anular os resultados das eleições presidenciais, que elegeram Joe Biden naquele estado.
A informação foi divulgada pelo jornal The New York Times na noite desta sexta-feira (22).
Após o secretário interino de Justiça, Jeffrey Rosen se recusar a ceder às pressões de Trump -que travou uma batalha para reverter os resultados do pleito e fez acusações de fraudes sem apresentar provas-, o republicano cogitou demiti-lo e substituí-lo por Clark.
De acordo com a publicação, ao saberem das intenções do então presidente, toda a chefia do departamento decidiu que iria renunciar coletivamente caso o plano fosse de fato implementado.
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Este pacto informal acabou persuadindo Trump a manter Rosen, pois uma demissão coletiva poderia chamar a atenção para o assunto e tiraria o foco de suas acusações infundadas de fraude eleitoral. Mas a decisão de cancelar de vez o plano veio apenas após uma reunião na Casa Branca entre o presidente, Rosen e Clark -os dois funcionários do Departamento de Justiça compararam o encontro a um episódio bizarro do antigp reality show de Trump, "O Aprendiz".
O episódio é mais um no longo esforço de Trump para forçar o Departamento de Justiça a cumprir sua agenda pessoal. Ele também teria pressionado Rosen a nomear conselheiros especiais na pasta , incluindo um que investigaria a Dominion Voting Systems, uma fabricante de equipamentos eleitorais que os aliados de Trump acusaram falsamente de estar trabalhando com a Venezuela para virar votos do republicano para Biden.
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O jornal americano escutou relatos de quatro ex-funcionários da administração de Trump que pediram anonimato por medo de retaliação.
Clark disse que há imprecisões na história, sem especificá-las, e acrescentou que ele não discutiria nenhuma conversa que teve com Trump ou membros do departamento. "Todas as minhas conversas oficiais eram consistentes com a lei", disse ele.
Procurados pelo New York Times, nem Trump e nem o Departamento de Justiça quiseram se pronunciar.
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