Em julho de 2018, o americano Joe DiMeo voltava para casa depois de um plantão noturno quando dormiu ao volante. Na época, o carro do jovem, de 22 anos, capotou e pegou fogo e ele foi socorrido por motoristas que passavam pelo local minutos antes de o veículo explodir.
Joe teve 80% do corpo queimado, ficou três meses em coma induzido. Suas pálpebras e lábios derreteram, o rosto ficou desfigurado e foi preciso amputar todos os seus dedos das mãos. Ao acordar, o rapaz precisou voltar para a casa e ficou completamente dependente dos pais.
Cerca de nove meses depois do acidente, os médicos de Joe o encaminharam para uma consulta com Eduardo Rodriguez, diretor do programa de transplante de face, professor de cirurgia plástica reconstrutiva e chefe do departamento de cirurgia plástica do hospital NYU Langone.
O médico pretendia fazer o transplante das duas mãos e do rosto, algo que nunca foi executado com sucesso. No mundo, já foram feitos cerca de 100 transplantes de mãos e 50 de rosto, mas as duas cirurgias anteriores que tentaram juntar os procedimentos não deram certo, e os pacientes acabaram morrendo.
VEJA TAMBÉM!
- Paciente recebe primeiro transplante duplo de braço e ombro
- Homem cego volta a enxergar após receber córnea 3D
- Virgem de 43 anos ganha pênis biônico
Para dificultar ainda mais a situação, só havia 6% de chance de encontrar um doador que fosse ideal para Joe. Além de precisar ser alguém com tom de pele correto e tamanho dos ossos similar. Porém, em agosto de 2020, foi encontrado um doador perfeito para o jovem. Em plena pandemia da Covid-19, Joe foi admitido no hospital para passar pela cirurgia, e a equipe médica precisou ser reorganizada para dar conta do procedimento.
De acordo com os especialistas, o procedimento durou 23h. Foi necessário conectar dois ossos, 21 tendões, cinco veias, duas artérias e três nervos para garantir que a face e as duas mãos funcionassem corretamente.
Depois da cirurgia, Joe passou 45 dias internado, depois foi transferido para um instituto de reabilitação, onde permaneceu por mais 57 dias. Lá, começou a reaprender como mexer as mãos. Em casa, o primeiro pedido foi comer um hambúrguer sozinho.
Hoje, cinco meses depois do procedimento histórico, ele passa por mais de cinco horas diárias de terapia. As habilidades motoras estão voltando mais rápido do que o esperado.
Agora, o jovem já recuperou parte da independência, podendo se alimentar e tomar banho sem ajuda, e espera voltar ao trabalho em breve. Joe já consegue jogar sinuca e dar algumas tacadas em um jogo de golfe, e pretende trabalhar com esportes no futuro.
Seja sempre o primeiro a ficar bem informado, entre no nosso canal de notícias no WhatsApp e Telegram. Para mais informações sobre os canais do WhatsApp e seguir outros canais do DOL. Acesse: dol.com.br/n/828815.
Comentar