Submarino indonésio só tem oxigênio para poucas horas

A tensão continua sob as águas da Indonésia após o segundo dia do desaparecimento do submarino ocupado por 53 pessoas.

As autoridades indonésias estimam que têm apenas algumas horas para encontrar o submarino da Marinha antes que o oxigênio acabe. O KRI Nanggala 402 desapareceu na quarta-feira (21), durante exercícios na costa de Bali, desencadeando uma busca frenética pela embarcação.

Uma mancha de óleo, identificada próximo ao local onde o submarino realizava manobras militares, sugere que o equipamento naval tenha sofrido danos em um de seus tanques de combustível.

Mistério na Indonésia: submarino desaparece com 53 pessoas

AJUDAS

Após a notícia do desaparecimento, o porta-voz do Pentágono, John Kirby, disse que os EUA estão "profundamente tristes" com a virada dos acontecimentos.

"Nossos pensamentos estão com os marinheiros indonésios e suas famílias", disse Kirby em um comunicado. "A convite do governo indonésio, estamos enviando meios aerotransportados para ajudar na busca pelo submarino desaparecido".

Os militares indonésios disseram, na noite de quinta-feira (22), que detectaram sinais de um objeto a uma profundidade entre 50 e 100 metros, e posicionaram navios com equipamento de rastreamento por sonar, na esperança de que fosse o KRI Nanggala 402.

"Só temos até as 3h de amanhã [sábado], então estamos maximizando todos os nossos esforços hoje", disse o porta-voz militar indonésio Achmad Riad. "Esperançosamente, haverá um ponto positivo".

Desde então, pelo menos seis navios de guerra, um helicóptero e 400 pessoas estiveram envolvidos na busca. Cingapura e Malásia despacharam navios para a área, e Austrália, França e Alemanha também ofereceram assistência.

Entenda o caso

Com 53 pessoas a bordo, o KRI Nanggala 402 perdeu contato logo após solicitar permissão para mergulhar durante exercícios com torpedos, na manhã de quarta-feira (21). O submarino, de construção alemã, é um dos cinco submarinos operados pela Indonésia. Foi feito no final dos anos 1970 e passou por uma reforma de dois anos na Coreia do Sul, concluída em 2012. Um porta-voz da Marinha disse à BBC que o incidente é inédito na Indonésia. Incidentes semelhantes aconteceram em outros países.

Em 2000, o Kursk, um submarino da Marinha russa, afundou durante manobras no Mar de Barents, com a perda de todos os 118 tripulantes. Uma investigação descobriu que um torpedo havia explodido, detonando todos os outros. A maior parte da tripulação do Kursk morreu instantaneamente, mas alguns sobreviveram por vários dias antes de sufocar.

Em 2003, 70 oficiais navais chineses e tripulantes morreram em um acidente em um submarino da classe Ming durante exercícios. Em 2017, um submarino militar argentino desapareceu no Atlântico Sul, com 44 tripulantes a bordo. Seu naufrágio foi localizado um ano depois e as autoridades disseram que o submarino havia implodido.