Em entrevista coletiva nesta terça (11), o prefeito de Nova York, Bill de Blasio, comentou a situação do Brasil durante a pandemia de coronavírus. "Meu coração está com os brasileiros. Há tanta dor, tanta dificuldade", afirmou o democrata, após uma pergunta feita pela TV Globo.
Blasio respondia sobre os planos para vacinar turistas contra a Covid e disse que Nova York está pronta para imunizar viajantes, algo que depende do aval do governador do Estado, o também democrata Andrew Cuomo. Na semana passada, Blasio anunciou que, caso a proposta seja liberada, haverá pontos de imunização em lugares turísticos, como o Central Park e a Times Square. "Isso é parte de um 'bem-vindo de volta à cidade de Nova York'. Nós queremos que todos estejam seguros", afirmou o prefeito.
Ainda que não tenha dado aval para a vacinação de turistas de fora dos EUA, Cuomo recentemente autorizou a expansão do programa de imunização a visitantes domésticos. Até então, de acordo com as regras vigentes, apenas residentes e trabalhadores locais poderiam receber os fármacos.
A declaração de Blasio sobre o Brasil, que mistura lamentação com uma ponta de crítica, remete aos embates que o prefeito americano teve com Jair Bolsonaro. Em maio de 2019, o presidente brasileiro iria receber a homenagem de "Pessoa do Ano", dado pela Câmara de Comércio Brasil-EUA, no Museu de História Natural, em Nova York, mas o local se recusou a receber o evento, após um pedido de Blasio.
"Isso [homenagear Bolsonaro] vai além de uma mera ironia e chega a ser uma contradição chocante. Esse cara é um ser humano muito perigoso", disse o prefeito, à época. Após o cancelamento, Bolsonaro e seus aliados no Brasil atacaram o democrata. "Eu não poderia comparecer a uma cidade onde o chefe do Executivo, o prefeito, no caso, se comportava como um radical, promovendo e se preparando para fazer manifestações, as piores possíveis, contra a minha presença", disse o presidente brasileiro.
Frente à recusa, o evento da Câmara de Comércio Brasil-EUA foi transferido para Dallas, no Texas.
Com mais de 60% da população adulta do estado imunizada com ao menos uma dose, Nova York vê, agora, o ritmo da campanha diminuir, o que levou autoridades a criar campanhas para estimular a vacinação. Nesta terça, o governador Cuomo anunciou prêmios a quem se imunizar: haverá postos em estações de trens e do metrô, e quem tomar uma dose ganhará passes com viagens grátis.
Na semana passada, o governador já havia dito que pessoas vacinadas ganharão ingressos para jogos de beisebol do Yankees e do Mets. E, na segunda, o prefeito disse que atrações como o Lincoln Center e o Zoológico do Bronx darão entradas para quem tomar a vacina.
Desde maio de 2020, os Estados Unidos vetam a entrada de viajantes que estiveram no Brasil nos últimos 14 dias. Há exceções para os portadores de green cards (residência permanente nos EUA), cônjuges, filhos e irmãos de americanos residentes no país e para estrangeiros que viajem a convite do governo americano, além de integrantes de tripulação aérea. No fim de abril, o governo americano abriu exceções para autorizar a entrada de algumas categorias de estudantes e de jornalistas brasileiros.
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