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OCIDENTE E ORIENTE

Pequim pede que Europa pare de falar sobre "ameaça chinesa"

A mensagem chinesa veio após os líderes da Aliança Atlântica expressarem sua preocupação, um dia antes, sobre o que chamaram de as “políticas coercitivas” do país asiático e o apontaram como um desafio global à segurança.

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Imagem ilustrativa da notícia Pequim pede que Europa pare de falar sobre "ameaça chinesa" camera Xi Jiping não quer ninguém falando mal da China. | Reprodução Instagram

O mundo ocidental está com o alerta ligado com a expansão chinesa dos últimos anos, principalmente durante o período de pandemia. Após líderes europeus discursarem sobre a “ameaça chinesa”, Pequim exigiu nesta terça-feira (15) que a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) pare de exagerar e culpar o país asiático pelo momento do ocidente.

A mensagem chinesa veio após os líderes da Aliança Atlântica expressarem sua preocupação, um dia antes, sobre o que chamaram de as “políticas coercitivas” do país asiático e o apontaram como um desafio global à segurança. “Exigimos da OTAN racionalidade na avaliação do desenvolvimento da China e pare de exagerar a teoria da ameaça chinesa. Eles não devem usar nossos interesses e direitos legítimos como desculpa para manipular e criar confrontos artificiais “, disse um porta-voz da Missão Chinesa na União Europeia (UE), em um comunicado.

Os líderes da OTAN assumiram uma postura mais dura em relação a Pequim na segunda-feira, em uma declaração assinada por unanimidade, nesta que é a primeira cúpula com o novo presidente dos EUA, Joe Biden, com a Aliança. “As ambições declaradas e o comportamento assertivo da China apresentam desafios sistêmicos às regras da ordem internacional e em áreas relevantes para a segurança da aliança”, afirmaram os 30 líderes do bloco ocidental, durante o encontro que acontece em Bruxelas.

Já o presidente dos EUA pediu aos seus homólogos da OTAN que reajam ao que chamou de “autoritarismo” e ao crescente poderio militar da China, colocando o gigante asiático no centro das prioridades do bloco. Por sua vez, o secretário-geral da Aliança, o norueguês Jens Stoltenberg, indicou que “todos reconheceram que a China está aumentando suas capacidades militares e que continua com seu comportamento coercitivo.” O secretário-geral da OTAN também apontou que o Governo chinês está “expandindo rapidamente seu arsenal nuclear” e classificou como “opaca” a forma como Pequim expõe ao mundo seu real arsenal.

Em nota, o Governo chinês define essas declarações como “calúnias”, cujo objetivo é, na opinião de Pequim, “atacar o desenvolvimento pacífico da China.” Pequim ainda afirma, no comunicado, que “a OTAN continua a manter uma mentalidade típica da Guerra Fria”. “Instamos essa organização a seguir o caminho do diálogo e da cooperação e a tomar medidas que levem à estabilidade internacional”, continua o comunicado. “As políticas de defesa da China são legítimas e transparentes”, diz Pequim, que garante que o orçamento da OTAN seja muito maior do que o da China.

MAIS ARMAS NUCLEARES

No primeiro dia de encontro dos líderes do bloco em Bruxelas, a OTAN acusou a expansão do arsenal nuclear de Pequim, “com mais ogivas e um maior número de sistemas sofisticados para estabelecer uma tríade nuclear”, ou seja, a divisão do arsenal atômico de um país em mísseis terrestres, projéteis e foguetes estratégicos, além de submarinos nucleares.

“O número de armas nucleares da China não atinge a magnitude disponível para os países da OTAN e, além disso, a China sempre defendeu não disparar primeiro este tipo de arma em nenhuma circunstância. Se a OTAN está tão empenhada na ‘paz, segurança e estabilidade’, será que pode chegar a um compromisso deste tipo, como o fez a China?“, rebateu Pequim. “Vamos prestar atenção especial aos ajustes estratégicos da OTAN. A China não representa um desafio sistêmico para ninguém, mas se alguém quiser nos impor, não ficaremos indiferentes“, acrescenta.

No comunicado, o Governo chinês lembrou ainda “a tragédia histórica” provocada por um bombardeio da OTAN contra a Embaixada da China na extinta Iugoslávia, o que causou a morte de três jornalistas chineses, em maio de 1999. “Nunca o esqueceremos”, acrescentou. A nota oficial de Pequim conclui afirmando: “A China sempre defenderá sua soberania.”

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