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CIÊNCIA

Surto da Covid-19 Já ocorreu há 20 mil anos

Estudo identificou genes que interagem com o vírus no DNA de povos ancestrais do continente Asiático

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Imagem ilustrativa da notícia Surto da Covid-19 Já ocorreu há 20 mil anos camera A Covid não é uma doença nova | Reprodução

A cada dia que passa, novas pesquisas estão sendo realizadas em torno da origem do novo coronavírus e a cada nova descoberta, os cientistas ficam ainda mais surpresos. Mas, uma nova informação pegou muitos pesquisadores de surpresa: A Covid não é uma doença nova.

De acordo com novos levantamentos sobre o vírus feito por pesquisadores da Universidade de Queensland, na Austrália e publicado na quinta-feira (24) na revista científica Current Biology, garante que há 20 mil anos, um surto de coronavírus atingiu o Leste Asiático, região que compreende China, Japão, Mongólia, Coreia do Norte, Coreia do Sul e Taiwan.

Para chegar a essa conclusão, os especialistas fizeram uma busca no Projeto 1000 Genomes — o maior banco de dados públicos de variações genéticas humanas comuns —, com foco específico nas mudanças nos genes codificadores de proteínas que interagem com os coronavírus. Eles descobriram, então, que tais genes estão presentes no DNA de ancestrais de povos do Leste da Ásia.

"O genoma humano moderno contém informações evolutivas que remontam a dezenas de milhares de anos", afirmou o autor principal do artigo, Krill Alexandrov. "Analisar essas pegadas evolutivas é análogo a estudar os anéis de uma árvore — nos dá uma visão das condições que ela experimentou enquanto crescia."

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Ao realizarem uma percepções sobre os antigos inimigos virais, a equipe ganhou ainda a compreensão sobre como os genomas de diferentes populações humanas se adaptaram aos vírus. A conclusão foi que, no decorrer da epidemia, a seleção natural favoreceu genes que se adaptaram à doença, o que provavelmente levou a efeitos menos severos.

Outro desdobramento importante é a capacidade de identificar os vírus que causaram essa epidemia no passado e os que podem fazê-lo no futuro. Isso, a princípio, permitiria compilar uma lista de vírus potencialmente perigosos e desenvolver diagnósticos, vacinas e medicamentos para o caso de seu retorno.

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