Uma missão de paz. Assim o presidente da Rússia, Vladimir Putin, classificou o envio de tropas fortemente armadas para as regiões separatistas da Ucrânia nesta segunda-feira (21).
Putin assinou decretos autorizando o envio de militares para “garantir a segurança” nas regiões que ficam ao leste da Ucrânia e tiveram a independência reconhecida pelo próprio Putin horas antes.
O reconhecimento de Donetsk e Luhansk como repúblicas independentes está sendo alvo de repúdio de líderes ocidentais, como o presidente da França, Emmanuel Macron, e o primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson.
Esses líderes e a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), aliança militar liderada pelos Estados Unidos, apontam a decisão da Rússia como mais um passo em direção à invasão da Ucrânia. As regiões reconhecidas por Putin são pro-russos e contra a ocidentalização do país ucraniano.
“Isso é claramente uma violação do direito internacional. É uma violação, uma violação flagrante da soberania e integridade da Ucrânia”, disse Johnson, durante entrevista coletiva nesta segunda-feira que tinha como assunto principal a retirada, na Inglaterra, de restrições para evitar o contágio pela Covid-19. “É ainda mais uma indicação de que as coisas estão indo na direção errada na Ucrânia”, disse Boris Johnson, que chamou o ato de Putin de “mau presságio” e de “sinal muito sombrio”.
Usando termos ainda mais duros, o secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), general Jens Stoltenberg, divulgou comunicado condenando o reconhecimento das regiões de Luhansk e Donetsk como repúblicas independentes.
“Condeno a decisão da Rússia de reconhecer as autoproclamadas ‘República Popular de Donetsk’ e ‘República Popular de Luhansk’. Isso prejudica ainda mais a soberania e a integridade territorial da Ucrânia, corrói os esforços para a resolução do conflito e viola o Acordo de Minsk, do qual a Rússia é parte”, disse Stoltenberg, referindo-se a um acordo diplomático.
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