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DESESPERO

Fuga da Ucrânia deixa trânsito caótico e filas quilométricas

O fluxo mais intenso está na fronteira com a Romênia, onde há aproximadamente 250 carros.

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Imagem ilustrativa da notícia Fuga da Ucrânia deixa trânsito caótico e filas quilométricas camera Reprodução

Desespero, terror, pânico, medo... Assim amanheceu a Ucrânia na manhã desta quinta-feira (24), horas após o presidente russo Vladimir Putin autorizar uma invasão na Ucrânia, milhares de moradores começaram a deixar a capital Kiev. Longas filas de carros foram registradas em estradas, supermercados, postos de gasolina e também em caixas eletrônicos. Durante a manhã, as primeiras sirenes de alerta tocaram por vários minutos nos alto-falantes da capital.

Naquela madrugada, por volta das 4h30, explosões rasgaram o céu de Kiev pela primeira vez desde a Segunda Guerra Mundial. Segundo cálculos da União Europeia, mais de um milhão de pessoas podem chegar a essas nações nos próximos dias. Polônia, Romênia e Hungria já anunciaram planos para receber os ucranianos de maneira emergencial. O Serviço de Guarda de Fronteiras da Ucrânia informou que o fluxo de veículos nas fronteiras é "estável" por volta das 12 horas (horário local). No posto de controle para entrada na Polônia, há entre 70 e 120 carros.

Na fronteira entre Ucrânia e Eslováquia, foram registrados cerca de 50 carros. Para cruzar a fronteira com a Hungria, o Serviço de Guarda de Fronteiras informou que mais de 150 veículos aguardam nos postos de controle. O fluxo mais intenso está na fronteira com a Romênia, onde há aproximadamente 250 carros. "Deve-se notar que atualmente não há restrições à saída de cidadãos ucranianos para o exterior", afirmou o Serviço de Guarda de Fronteiras em nota, sugerindo que o governo da Ucrânia pode impedir a saída de cidadãos da cidade.

Uma parte da população busca refúgio em estações do metrô. Nesta manhã, também foram registradas longas filas para saque de dinheiro em caixas eletrônicos. Uma hora depois do despertar em pânico, ninguém tinha informações sobre a origem ou os alvos das explosões na capital e em arredores. Sem esperar, os moradores de Kiev iniciaram a fuga. "Acordei com o barulho das bombas, fiz as malas e saí correndo", disse Maria Kashkoska, de 29 anos, abaixada em uma estação do metrô, onde encontrou refúgio, à AFP.

Abalada, a empresária afirmou que está "preparada para qualquer eventualidade". As avenidas começaram a registrar trânsito intenso ainda de madrugada. Carros com famílias inteiras tentavam deixar a cidade e seguir para a região oeste, ou para áreas rurais, longe da fronteira com a Rússia. A frente leste é a região com bombardeios mais intensos, mas nenhuma região da Ucrânia parece estar a salvo.

No outro extremo do país, na cidade costeira de Odessa e inclusive em Lviv, a cidade do oeste para onde Estados Unidos e outros países transferiram embaixadas, as sirenes, que anunciam a necessidade procurar abrigo de maneira urgente, também tocaram a cada 15 minutos. "Mantenham a calma!", escreveu no Twitter o ministro da Defesa, Oleksiy Reznikov." Se possível, fiquem em casa. A situação está sob controle. Sua tranquilidade e sua confiança nas Forças Armadas ucranianas é a melhor ajuda neste momento", completou em uma mensagem à população.

Do lado de fora da estação de metrô da Praça Maidan, no centro de Kiev, uma mulher tentava silenciar os gritos do próprio gato, que ela acabou colocando em uma mochila. "Temos que salvar nossas vidas, e esperamos que o metrô seja suficientemente seguro, pois é subterrâneo", disse Ksenia Mitchenka, antes de entrar correndo no metrô, à AFP.

Muitas famílias chegaram à entrada da estação com malas e sacolas, com os olhos grudados nos telefones celulares. Os agentes abriram as catracas e indicavam o caminho. No final das intermináveis escadas rolantes, vários grupos de pessoas estavam sentados no chão."Vamos ficar aqui, é mais seguro", explicou uma jovem, que não quis revelar o nome e que levava na mala os documentos, carregadores e muito dinheiro. "O essencial", segundo ela, para fugir em tempos de guerra.

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