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GUERRA NA UCRÂNIA

Separatistas ameaçam novos bombardeios antes de negociação

O Ministério de Defesa britânico, em seu último boletim, afirmou que Mariupol segue sob controle ucraniano, apesar dos bombardeios constantes e das tropas russas que cercam a cidade.

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Imagem ilustrativa da notícia Separatistas ameaçam novos bombardeios antes de negociação camera Reprodução

Enquanto a expectativa gira em torno da segunda rodada de negociação entre russos e ucranianos, nesta quinta (3), separatistas pró-Moscou em Mariupol ameaçam a estratégica cidade portuária com novos bombardeios.

"Precisamos esperar alguns dias até que a situação seja resolvida. A operação especial mostrou que ataques direcionados são possíveis", afirmou o porta-voz separatista Eduard Basurin, segundo a agência Interfax. "A população civil não será prejudicada, mas o inimigo dentro da cidade será desmoralizado e começará a se render."

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O uso de "operação militar especial", um eufemismo para "guerra", virou obrigatório para a mídia russa, agora proibida de mencionar as palavras "invasão" ou "agressão".

A Rússia tem constantemente bombardeado infraestruturas críticas para a cidade, denunciou o Legislativo municipal em comunicado nesta quinta. "Eles estão interrompendo o fornecimento de alimentos, nos bloqueando, como na antiga Leningrado", diz o texto. Mais cedo, o prefeito Vadim Boichenko relatou que a cidade está sem luz, água ou aquecimento.

"Estamos sendo destruídos como nação. Isso é genocídio do povo ucraniano", acrescenta o comunicado.

O Ministério de Defesa britânico, em seu último boletim, afirmou que Mariupol segue sob controle ucraniano, apesar dos bombardeios constantes e das tropas russas que cercam a cidade.

Em outro ponto estratégico na costa, os relatos ainda são conflitantes em Kherson –que, segundo os russos, está sob seu comando. O prefeito Igor Kolikhaiev afirmou, em publicação no Facebook, que as tropas de Vladimir Putin tomaram o prédio da administração central da cidade. A pasta britânica, por sua vez, relata que a situação militar não está clara.

A tomada das duas cidades, somadas ao controle estendido dos separatistas pró-Rússia às áreas históricas do chamado Donbass, estabeleceria uma ponte terrestre ligando a Crimeia ao leste russo da Ucrânia.

A ofensiva de Moscou segue também em duas outras cidades importantes. Na capital Kiev, há relatos de bombardeios durante a noite, e o Ministério da Defesa russo disse ter atingido um centro de televisão e rádio.

Já próximo a Kharkiv, segunda maior cidade do país que esteve sob forte bombardeio nos últimos dois dias, a Rússia afirma ter tomado Balaklia, a 90 km dali. Também na região, seis adultos e duas crianças morreram após um ataque em um prédio residencial de Izium. Uma igreja ortodoxa em Kharkiv foi danificada, mas não houve vítimas. Também houve bombardeios em Chernihiv.

Apesar da situação tensa, o Ministério da Defesa britânico mantém seu relatório de que as tropas russas fizeram pouco progresso nos últimos três dias na capital e que o comboio segue a 30 km de Kiev.

Com ameaças a cidades estratégicas, os negociadores ucranianos partem para a segunda rodada de negociações com os russos. Um representante de Moscou disse nesta quarta (2) que espera chegar a um cessar-fogo –avanço em relação à última reunião, quando o Kremlin não divulgou sua agenda.

Enquanto isso, a situação humanitária se agrava. Um conselheiro de Volodimir Zelenski fez um apelo no Twitter às organizações internacionais, citando a OSCE (Organização para Segurança e Cooperação na Europa). "As cidades onde as tropas russas estão estacionadas imediatamente se tornam lugares de saques, roubos e assassinatos", escreveu Mikhailo Podoliak. "Precisamos de corredores humanitários -comida, medicamentos, ambulância, evacuação. Precisamos de ajuda ativa de organizações internacionais, incluindo OSCE. Chega de falar."

Em seu mais recente levantamento, a Acnur (agência da ONU para refugiados) divulgou que, em uma semana de conflito, um milhão de pessoas já deixaram a Ucrânia. "Para muitos outros milhões, dentro da Ucrânia, é hora de armas silenciarem, para que a assistência humanitária que salva vidas possa ser providenciada", escreveu no Twitter o chefe da agência, Filippo Grandi.

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