Coreia vai testar enorme míssil conhecido como "monstro" 

Desde o inicio deste ano, a Coreia do Norte vem desenvolvendo um programa de satélites e investindo pesado na fabricação de armas voltado para guerra. Em meio ao confronto entre Rússia e Ucrânia, onde tem deixado milhares de mortos e desabrigados, o líder norte-coreano, Kim Jong-un parece não estar preocupado com a crise entre essas duas potencias e resolveu se adiantar e acelerar os testes de suas armas e melhorar a capacidade militar do país.

Kim Jong-un anunciou essa semana que seu enorme míssil conhecido como 'monstro', será testado em abril. Segundo analistas, o míssil modificaria o equilíbrio de forças na região e desafiaria o novo presidente da Coreia do Sul, inimigo de Kim.

Nos últimos meses desse ano, a Coreia do Norte realizou nove testes de mísseis, um recorde em tão pouco tempo. Entre as suas prioridades está o desenvolvimento de um míssil balístico intercontinental (ICBM, na sigla em inglês) capaz de transportar várias ogivas convencionais ou nucleares, cada uma seguindo uma trajetória independente, o que o tornaria difícil de ser interceptado pelos sistemas antimísseis dos Estados Unidos.

O projétil autopropulsado e guiado eletronicamente, Hwasong-17, recebeu o apelido de "míssil monstro" pelos analistas militares e foi exibido em um desfile em Pyongyang em outubro de 2020, mas ainda não foi efetivamente testado.

Contudo, Estados Unidos e Coreia do Sul acusam o regime da Coreia do Norte de ter testado alguns componentes dele recentemente, sob o pretexto de que seriam testes para o lançamento de satélites.

• Em meio a guerra, Coréia lança projétil não-identificado

A Coreia do Norte mantém uma moratória autoimposta aos lançamentos de mísseis balísticos intercontinentais desde 2017. Porém, as sanções internacionais, impostas em represália a seu programa de mísseis e armas nucleares, continuam tendo muito peso sobre sua economia. As negociações estão estagnadas, e muitos especialistas preveem uma mudança iminente.

Alguns analistas, no entanto, consideram excessivas as reações de Estados Unidos e Coreia do Sul e ressaltam que a Coreia do Norte tem o direito de desenvolver um programa espacial, apesar de os foguetes para uso civil possuírem muitas similitudes com os mísseis balísticos intercontinentais.