Euro atinge paridade com o dólar pela 1ª vez desde 2002

A desvalorização do euro, explicada pelas preocupações que pesam sobre a Europa, atormentada pela disparada dos preços da energia e pelo medo de desabastecimento no próximo inverno, em virtude da Guerra da Ucrânia, além de uma política monetária mais agressiva por parte dos Estados Unidos para combater a inflação, acabou gerando um fato histórico que já vinha sendo previsto há várias semanas.

Nesta terça-feira (12), o euro atingiu brevemente o valor de US$ 1, ou seja, a moeda única da União Europeia alcançou a paridade com o dólar pela primeira desde 2002, quando foi colocada em circulação.

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O euro caiu brevemente para US$ 1 por volta das 6h50, no horário de Brasília (11h50 no horário de Verão da Europa Central). Em seguida, subiu muito ligeiramente e foi negociado por 1,0024 dólares, por volta das 7h10.

O dólar, que nestes tempos de incertezas para o Velho Continente tem se beneficiado mais do que nunca do seu status de porto seguro para os investidores, obteve uma valorização de quase 14% desde o início do ano.

Na semana passada, o euro já havia caído ao seu nível mais baixo em quase 20 anos, chegando a ser vendido por 1,0298 dólares por 1 euro, depois de ter caído em meados de maio para 1,035 dólares.

O temor entre os operadores do mercado é de que a situação fique ainda mais grave, caso se confirmem as previsões de que a União Europeia sofrerá uma grande crise energética em virtude da suspensão do fornecimento de gás russo.

A incerteza aumentou depois que a Gazprom interrompeu o fluxo de gás natural que chega pelos dois gasodutos do Nord Stream 1, na última segunda-feira (10), para a realização de uma manutenção prevista para durar 10 dias. O sistema é responsável por fornecer uma grande quantidade de seu gás à Alemanha e a vários outros países da Europa Ocidental.

A suspensão temporária do fluxo de gás natural gerou preocupação no mercado. Analistas políticos duvidam da pronta restauração do fornecimento pela Rússia após essa interrupção. Eles acreditam que pode ser uma forma de retaliação adotada pelo governo de Vladimir Putin. em resposta ao embargo econômico imposto pelos Estados Unidos e demais países aliados da OTAN.

Diante das dificuldades e incertezas, a tendência é que o euro siga afastando os investidores que preferem a moeda americana, considerada mais segura.