O vírus Monkeypox, que causa a varíola dos macacos, é um “parente” da varíola humana e considerado uma zoonose - infecção comum em animais, mas que consegue afetar humanos. Apesar do nome, o vírus costuma ocorrer em roedores, mas a primeira detecção foi registrada em macacos de laboratório e por isso o nome da doença.
Nos últimos meses, diversos países têm registrado casos de pacientes diagnosticados com "varíola de macaco". Os sintomas iniciais são semelhantes aos da gripe e com inchaço dos gânglios linfáticos. Em seguida, o problema progride para uma erupção disseminada no rosto e no corpo. A doença é transmitida pelo contato com as lesões de uma pessoa infectada e, por isso, o isolamento social deve ser feito até a cicatrização das feridas. Também acontece o contágio pelas vias respiratórias.
Mas parece que em alguns países os cuidados com a doença está fora do controle. Um médico cirurgião, identificado como Arturo Henriques, abordou um homem usando o metrô de Madri, na Espanha, mesmo com diagnóstico de varíola dos macacos, conforme publicação feita em rede social no sábado (30) que já ultrapassa 90 mil curtidas.
No post, o profissional da saúde alertou sobre a falta de informações e comportamentos arriscados da população em relação à doença viral. O caso aconteceu no dia 15 de julho, por volta de 6h20, quando Arturo notou a presença de um homem com lesões da cabeça aos pés e, inclusive, nas mãos. "Vi a situação e também as pessoas como se nada estivesse acontecendo...", lembra.
Na sequência, o médico se aproximou do passageiro e perguntou se ele estava com varíola dos macacos. "Sim, tenho isso, mas minha médica não me disse que eu tinha de ficar em casa. Apenas usar máscara", ouviu do homem.
Assim, Arturo informou ao passageiro que as lesões no corpo dele são as mais contagiosas. "(Eu disse) que sou médico e que provavelmente ele não entendeu as indicações da médica dele", frisou. O profissional foi xingado pelo homem.
Mesmo com o alerta sobre a possibilidade de transmitir a doença para as pessoas ao redor, o passageiro permaneceu no vagão e sentou ao lado de uma mulher. Arturo perguntou para a senhora se não tinha medo da ter a doença.
"Como vou ter medo se não sou gay? O governo disse que eram os gays que deveriam se cuidar", ouviu da mulher.
Vale ressaltar que não há confirmação se o sêmen ou fluidos vaginais podem transmitir a doença e sim que a varíola dos macacos é transmitida pelo contato físico. Dessa forma, a orientação sexual não amplia a possibilidade de contágio.
Após chegar no destino, o médico desistiu de argumentar e desceu do metrô. "Quantas pessoas ele pode deixar doente? Não faço ideia.", reflete sobre o caso. "Agora vou no metrô me equilibrando tentando não segurar em nada e muito menos me sentar", finalizou.
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