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VAI TER GUERRA?

China faz maior operação aérea de sua história contra Taiwan

No segundo dia de exercícios militares, que seguirão até o próximo domingo (7), caças chineses cruzaram 68 vezes a fronteira com o espaço aéreo taiwanês, no Estreito de Taiwan.

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Imagem ilustrativa da notícia China faz maior operação aérea de sua história contra Taiwan camera Invisíveis ao radar, caças chineses J-20 participam de mobilização contra Taiwan. | (Foto: Reprodução PLAAF)

Em meio aos exercícios militares em retaliação pela visita de Nancy Pelosi a Taiwan, a China promoveu nesta sexta (5) a maior mobilização aérea de sua história no estreito que separa o continente da ilha que promete integrar a seu território.

Segundo o Ministério da Defesa de Taipé, 68 aviões de combate chineses estiveram no ar na região, e "alguns deles" cruzaram a chamada Linha Mediana, uma fronteira extraoficial de espaços aéreos que divide o estreito de Taiwan. O recorde anterior era de 52 aeronaves, em outubro passado, mas naquela ocasião todos invadiram a área que a ilha patrulha.

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Caças taiwaneses foram mobilizados para interceptar os invasores, como ocorre quase semanalmente. Na quarta (3), antes do início dos exercícios, ao menos 22 aviões haviam cruzado a fronteira aérea.

Ao mesmo tempo, os militares chineses executaram manobras navais com uso de munição real ao norte, sudoeste e leste da ilha, efetivamente bloqueando o tráfego marítimo. No estreito, 13 embarcações navegaram perto da Linha Mediana.

Pelosi, a presidente da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, fez uma polêmica viagem a Taipé na terça (2) e na quarta (3). Ela encontrou-se com autoridades da ilha e reiterou o apoio americano à democracia local, na primeira visita do gênero em 25 anos.

Pequim havia alertado que considerava a ida de Pelosi uma violação de sua soberania, lembrando que apesar de apoiar militarmente Taiwan, Washington reconhece os direitos chineses sobre a ilha já que mantém relações diplomáticas com a ditadura comunista desde 1979.

Tal ambiguidade está colocada à prova, com Pequim anunciando sanções a Pelosi e cortando alguns itens da pauta de cooperação bilateral. É a mais aguda crise entre as duas maiores potências econômicas do mundo desde a chamada Terceira Crise do Estreito de Taiwan, ocorrida na esteira da viagem do então presidente da ilha para os EUA em 1995.

A questão é que agora a China tem musculatura política, econômica e militar antes inaudita, e vive a Guerra Fria 2.0 desde 2017 em vários campos com os EUA. A visita de Pelosi deu a Pequim a justificativa ideal para flexioná-las, ainda que os EUA digam que não há motivo para tanto.

Caças chineses preparados para entrar em ação.
📷 Caças chineses preparados para entrar em ação. |(Foto: Reprodução PLAAF)

Ensaio geral para bloqueio aeronaval

Os exercícios em torno de Taiwan são uma espécie de ensaio geral de um bloqueio aeronaval que poderia ser feito sem o custo humano de uma invasão territorial, subjugando Taipé. É uma das hipóteses na mesa de Pequim, que tem na incorporação da ilha uma prioridade nacional.

Para o líder Xi Jinping, a crise serve de escada para asseverar poder no momento em que se prepara para ser reconduzido a um novo mandato, em novembro.

Desde 1982, a reeleição pelo Politburo do Partido Comunista só era permitida uma vez, mas Xi mudou a regra em 2018, possibilitando eternizar-se no poder e entronizando mesmo seu nome na Constituição do país, e a demonstração de força internacional também tem propriedades diversionistas.

Os exercícios militares estão programados para acabar às 12h do domingo (1h em Brasília). A crise em Taiwan ocorre em paralelo à Guerra da Ucrânia, na qual a China apoia politicamente seu aliado Vladimir Putin contra Kiev e o Ocidente.

Taiwan está em alerta militar máximo, e os EUA mantêm navios, inclusive um porta-aviões, na região, além de terem deslocado bombardeiros furtivos ao radar B-2 para a Austrália.

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