Todo cidadão que joga na loteria e faz aquela "fezinha" semanal sonha em um dia se tornar milionário, imagina então ser herdeiro de um patrimônio bilionário. Enquanto a sorte não bate na porta, muitos buscam ter estabilidade financeira e viver uma vida confortável, mas para quem já nasceu em berço de ouro, o dinheiro não faz tanta diferença assim.
Uma jovem de 29 anos abdica de uma herança de cerca de 4 bilhões de euros (aproximadamente R$ 21 bilhões, ao câmbio de hoje) porque não quer ser muito rica.
A alemã Marlene Engelhorn é descendente dos fundadores da empresa Basf, que em 2021 teve uma receita de 78 bilhões de euros. Desde o ano passado, ela tem recebido destaque na mídia europeia por rejeitar 90% do patrimônio a que tem direito, segundo o jornal espanhol La Vanguardia.
Isso porque ela integra um movimento formado por herdeiros de grandes fortunas que defende uma maior redistribuição de riqueza e o aumento de impostos para milionários, o Taxmenow ("taxe-me já", em inglês).
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"Como alguém que desfrutou dos benefícios da riqueza durante toda a minha vida, sei como nossa economia está distorcida e não posso ficar sentada esperando por alguém, em algum lugar para fazer algo", disse ela à BBC durante um protesto no Fórum Econômico Mundial, em Davos, em maio deste ano.
A avó de Marlene, Traudl Engelhorn, hoje ocupa a posição 687 no ranking das pessoas mais ricas do mundo, da revista Forbes. Em entrevistas, a jovem não se esquiva do rótulo de "menina rica". Ela reconhece que, por ter nascido em uma família de posses, teve facilidades que nem todos podem ter.
Contudo, Marlene Engelhorn considera que ninguém deve acumular grandes quantias de dinheiro enquanto houver desigualdade evidente na sociedade. "Não é uma questão de vontade, mas de justiça. Não fiz nada para receber este legado. Isso é pura sorte na loteria de nascimento e pura coincidência", disse.
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