O PIB (Produto Interno Bruto) do Chile cresceu 5,4% no segundo trimestre do ano em relação ao mesmo período do ano anterior, informou o banco central do país nesta quinta-feira (18).
O valor é inferior ao crescimento de 7,4% no primeiro trimestre do ano e mostra uma desaceleração da economia chilena após o crescimento recorde de 2021, quando a atividade expandiu 11,7% sustentada por ajudas estatais para enfrentar a pandemia de Covid-19.
Economistas consultados pela Reuters esperavam expansão de 5,7% sobre um ano antes e de 0,3% em relação ao trimestre anterior. Com o resultado abaixo das expectativas, economistas preveem uma possível recessão à medida que o estímulo relacionado à pandemia é desfeito.
O desempenho destacou a luta do Chile para crescer à medida que o banco central aperta agressivamente sua política monetária para controlar a inflação crescente, que atingiu uma máxima em quase três décadas no mês passado.
"As atividades apresentaram resultados díspares; as maiores incidências (positivas) foram registradas nas atividades de serviços, em particular, pessoais, transporte e negócios", explicou o BC em seu relatório.
Em contrapartida, acrescentou, "entre as atividades que apresentaram quedas, destacaram-se a mineração e o setor agroflorestal".
Por outro lado, na comparação com o trimestre imediatamente anterior e em dados dessazonalizados, a atividade manteve-se estável. No primeiro trimestre, o PIB medido trimestre a trimestre contraiu 0,6%, segundo dados revisados pelo BC.
"O PIB (ajustado sazonalmente) do segundo trimestre de 2022 não apresentou variação em relação ao primeiro trimestre, estando muito próximo de uma recessão técnica, situação que ocorreria no segundo semestre", explicou Francisco Castañeda, economista da Universidad Mayor, à AFP.
As taxas de comparação com o ano excepcional de 2021 -quando quase US$ 90 bilhões foram injetados na economia chilena após auxílios estatais e saques antecipados de fundos de pensão- também prejudicam as projeções para este ano, que o governo estima fechar com uma expansão do PIB de 1,6%.
Outro fator de preocupação é a inflação. Em julho, o IPC (Índice de Preços ao Consumidor) aumentou 1,4%, deixando a inflação acumulada em 12 meses em 13,1%, a maior em 28 anos.
No segundo trimestre, a demanda interna cresceu 8,7% em relação ao mesmo trimestre do ano passado, impulsionada principalmente pelo consumo das famílias. No entanto, esse aumento foi parcialmente compensado pela queda nas exportações, que caíram 0,3%, enquanto as importações cresceram 10,9%.
As exportações chilenas foram afetadas principalmente "por menores embarques de cobre", metal do qual o Chile é o maior produtor mundial, com quase um terço da oferta global.
No período, "a mineração caiu 4,5%, resultado afetado principalmente pela extração de cobre e parcialmente compensado pela mineração não metálica. (...) Assim como no trimestre anterior, a menor atividade de cobre foi reflexo da menor disponibilidade hídrica, menor teor de minério e falhas operacionais em suas principais operações", explicou o BC.
Já nas importações, destacaram-se as maiores compras de produtos químicos, combustíveis e vestuário.
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