Os casos de cólera aumentaram este ano, especialmente em locais de pobreza e conflito, com surtos relatados em 26 países e taxas de mortalidade crescendo acentuadamente, disse uma autoridade da Organização Mundial da Saúde (OMS) nesta sexta-feira.
Em um ano típico, menos de 20 países relatam surtos da doença que se espalha pela ingestão de alimentos ou água contaminados e pode causar diarreia aguda.
"Após anos de números decrescentes, estamos vendo um aumento muito preocupante de surtos de cólera em todo o mundo desde o ano passado", disse Philippe Barboza, líder da equipe da OMS para Cólera, em entrevista coletiva em Genebra.
A taxa média de mortalidade até agora quase triplicou este ano em comparação com a média de cinco anos e atualmente está em torno de 3% na África, ele acrescentou.
Embora a maioria das pessoas afetadas tenha sintomas leves ou inexistentes, cólera pode matar em poucas horas se não for tratada.
Barboza também expressou preocupação com surtos no Chifre da África e partes da Ásia, incluindo o Paquistão, onde algumas regiões estão inundadas.
Ele disse que apenas alguns milhões de doses de vacinas estão disponíveis para uso antes do final deste ano, citando a falta de fabricantes entre os problemas.
A OMS mantém um estoque de emergência de vacinas contra cólera.
"Então está muito claro que não temos vacinas suficientes para responder a tantos surtos agudos e menos ainda para poder implementar campanhas de vacinação preventiva que podem ser uma forma de reduzir o risco para muitos países", disse ele.
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