A ocupação humana no Qatar remonta a aproximadamente 48 mil anos antes de Cristo, com o estabelecimento dos primeiros assentamentos na península. Posteriormente, evidências arqueológicas ratificam a presença da cultura mesopotâmica no território durante o período de al-Ubaid, entre 6500 e 3800 a.C., antes da invenção da escrita.
Ao longo da Antiguidade, o Qatar caiu sob o domínio de diversos impérios: o selêucida, de 325 a 250 a.C.; o parta, de 250 a.C. a 224 d.C., e o sassânida, de 224 a 642 — as duas últimas dinastias de origem iraniana. Por volta deste período, no 1º século d.C., o autor romano Plínio, o Velho, se referiu aos habitantes do território como catharrei (algo como “catareanos”), no que se tornou a primeira menção próxima do nome “Qatar” em registros escritos.
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Em 628 d.C., o profeta Maomé mandou um emissário a Munzir ibn Sawa, governador sassânida da Arábia Oriental, e a população local se converteu ao Islã. Com a presença dos muçulmanos na região — primeiro os omíadas e depois os abássidas —, a península qatari virou, na Idade Média, um lucrativo centro de comércio de pérolas.
No início da Idade Moderna, o território caiu sob domínio português e, depois, otomano. Em 1670, a tribo Bani Khalid expulsou os turcos da península, e um século depois, a família Al-Khalifa, oriunda do Kuwait, impôs sua autoridade sobre o Qatar continental após conquistar o Bahrein. Ao longo dos anos seguintes, o território se transformou em alvo de fricção entre os Khalifa e as tribos locais.
Em 1867, os Khalifa prenderam um beduíno qatari e o deportaram ao Bahrein. Em resposta, os qataris, sob liderança da tribo al-Thani, atacaram e expulsaram o exército barenita da península. O conflito deu origem à Guerra Barenita-Qatarense, que resultou numa destruição em larga escala para ambos os países.
Um ano depois, qataris e barenitas concordaram com uma trégua, mediada pelo governo do Reino Unido, à época representado pelo tenente-coronel Lewis Pelly. No acordo, os britânicos reconheceram a tribo al-Thani como dona do Qatar e o xeque Jassim bin Mohammed como seu primeiro governante.
Protetorado britânico e era contemporânea
Em 1871, o Império Otomano, com anuência da família al-Thani, voltou a ocupar a região. Os turcos se retiraram já no início do século 20, durante a 1ª Guerra Mundial, e o Qatar se tornou um protetorado britânico. No acordo firmado em 1916, o emir do Qatar só poderia ceder o território aos ingleses em troca de proteção contra agressões por mar e apoio em caso de ataque terrestre.
Em 1935, Abdullah al-Thani, filho de Jassim, permitiu à AIOC (Companhia de Petróleo Anglo-Iraniana, na sigla em inglês) uma concessão de 75 anos para exploração de petróleo. Por conta do Acordo da Linha Vermelha (predecessor da Opep — Organização dos Países Exportadores de Petróleo), porém, a AIOC teve que repassar a administração à Qatar Petroleum — hoje QatarEnergy. Em 1940, foram descobertas jazidas de petróleo no campo de Dukhan, o que acabou acelerando a industrialização do país.
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Com o crescimento nas exportações de petróleo nos anos 1950 e 1960, o Qatar passou por um substancial crescimento econômico, atraindo forte imigração. Em 1968, com a retirada britânica do Golfo Pérsico, o país, junto com o Bahrein e outros sete emirados, planejava criar uma federação na península Arábica. No entanto, disputas regionais convenceram Qatar e Bahrein a seguirem caminhos independentes em 1971; os outros sete formaram os Emirados Árabes Unidos, liderados por Dubai e Abu Dhabi.
Em junho de 1995, o vice-emir Hamad bin Khalifa al-Thani depôs o próprio pai, Khalifa bin Hamad, em um golpe de estado. Uma nova constituição foi aprovada por referendo público em abril de 2003, entrando em vigor a partir de 2005. Desde 2013, o filho de Hamad, Tamim al-Thani, governa o país, com a família completando 150 anos de poder sob o território em 2018.
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