Os EUA anunciaram nesta quinta-feira (5) um pacote de medidas com o objetivo de aliviar a pressão migratória no país. Os mecanismos criam uma cota de ingressos de imigrantes da América Latina em território americano, mas também ampliam medidas restritivas contra a migração pela fronteira com o México.
Segundo a Casa Branca, 30 mil migrantes de Cuba, Haiti, Nicarágua e Venezuela serão aceitos mensalmente, desde que comprovem que têm condições de viver no país, seja porque conseguiram um emprego ou porque têm ajuda de uma instituição.
Os países são origem de alguns dos principais fluxos de migração para os EUA. Em novembro passado, autoridades da fronteira Sul notificaram a chegada de 82 mil pessoas dessas nações.
Ao mesmo tempo, Washington anunciou que vai endurecer a punição contra casos de migração irregular. A ideia é ampliar o chamado Título 42, medida da administração de Donald Trump sustentada pelo governo de Joe Biden e validada pela Suprema Corte em dezembro.
Por meio do mecanismo, migrantes em situação irregular que chegam pela fronteira com o México são expulsos imediatamente, sem poder solicitar direito de asilo nos órgãos americanos responsáveis.
Até aqui, o México aceitava apenas o retorno de seus próprios cidadãos, além de nacionais de Guatemala, Honduras e El Salvador, nações que permitem o retorno dos migrantes após partirem.
Agora, por meio de um acordo dos governos americano e mexicano, o país liderado por Andrés Manuel López Obrador também vai receber por mês 30 mil haitianos, cubanos, nicaraguenses e venezuelanos que tentarem cruzar a fronteira com os EUA de forma irregular.
"Indivíduos que tentarem entrar nos EUA sem permissão estarão cada vez mais sujeitos à remoção acelerada para seu país e a cinco anos de proibição de reingressar nos EUA", diz texto da Casa Branca.
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Biden afirmou que o processo será "ordenado, seguro e humano". Em comentários públicos, reforçou a mensagem para que imigrantes não tentem entrar no país antes de concluir todo o processo legal para isso. "Não venham para a fronteira."
Espera-se que o tema da migração seja central durante a viagem que Biden fará à Cidade do México em 10 de janeiro para uma cúpula com AMLO, como o presidente mexicano é conhecido, e Justin Trudeau, premiê do Canadá. Antes, o americano irá a El Paso, no Texas.
Esta será a primeira vez que Biden visita o local. um ponto crítico de migração, desde que assumiu a Casa Branca. Com números de migrantes que batem recorde, a região assiste a instalações de atendimento sobrecarregadas.
O governo criticou no comunicado de anúncio a resistência de políticos republicanos em apoiar um plano de Biden para reformar o sistema de migração. O projeto foi apresentado nos dias iniciais do democrata na Presidência e, em linhas gerais, amplia o esforço para conceder autorizações de residência a milhões de migrantes indocumentados.
"Ao contrário de autoridades republicanas que fazem jogos políticos e obstruem soluções reais para melhorar nosso falido sistema de imigração, o presidente Biden tem um plano e o está agindo", diz o texto.
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