A mais recente atualização mostra que o terremoto de magnitude 7,8, que atingiu a Turquia e a Síria, deixou mais de 1.900 pessoas mortas , de acordo com balanço inicial divulgado por autoridades locais. O tremor foi sentido na madrugada desta segunda (6) no horário local, ainda noite de domingo (5) no Brasil.
Na Turquia, o saldo de vítimas está em 1.651 mortos e 9.733 feridos, segundo último balanço do vice-presidente do país, Fuat Oktay.
Segundo a imprensa local, ao menos 3.471 prédios ficaram destruídos e buscas por vítimas soterradas continuam. Já na Síria são pelo menos 1.050 mortos, segundo a agência oficial Sana e socorristas em regiões rebeldes. A maior parte dos mortos na Síria está nas cidades de Aleppo, Hama, Latakia e Tartus, muito atingidas pela guerra no país, que começou em 2011.
Horas depois do primeiro tremor, um cismo secundário de magnitude 7,6 atingiu o sudeste da Turquia — a 4 km da região mais atingida pelo primeiro terremoto
O epicentro foi registrado na região entre as cidades de Gaziantepe e Kahramanmaras, a uma profundidade de 10 a 24 quilômetros, segundo os serviços geológicos dos EUA e da Alemanha, que monitoram fenômenos do tipo em todo o mundo.
O episódio ocorreu às 4h17 no horário local (22h17 em Brasília), e imagens publicadas nas redes sociais logo mostraram os primeiros efeitos do terremoto, com o desabamento de algumas construções. A transmissão da rede de TV estatal TRT mostrou moradores saindo às ruas sob neve para avaliar os estragos em alguns locais.
Também houve sismos secundários, cerca de dez minutos depois do primeiro, de magnitudes que chegaram a 6,7, segundo a agência Associated Press.
Autoridades de Diyarbakir afirmaram que 17 edifícios colapsaram e que há registro de pessoas presas nos escombros. Em Malatya foram mais de cem edifícios atingidos.
O ministro do Interior afirmou que a prioridade nesse momento é resgatar feridos. O serviço geológico americano alertou para o risco provável de um número grande de vítimas. Segundo testemunhas relataram à agência de notícias Reuters, o tremor durou cerca de um minuto. Relatos indicam que seus efeitos foram sentidos também em cidades de países próximos.
O presidente do país, Recep Tayyp Erdogan, tuitou para manifestar solidariedade às vítimas e destacar que os serviços de emergência e resgate foram acionados, para trabalhar em conjunto sob coordenação da Autoridade de Gerenciamento de Desastres e Emergências (AFAD, na sigla em turco), com apoio dos ministérios da Saúde e do Interior.
"Esperamos superar esse desastre juntos, o mais rápido possível e com o mínimo de danos", escreveu.
Na Síria, o regime relatou desabamentos nas cidades de Aleppo e Hama. Na capital, Damasco, pessoas saíram às ruas com medo devido ao tremor —o mesmo ocorreu em Beitute, no Líbano. Cidades de Chipre e Israel também foram afetadas.
A região de Gaziantepe é um importante centro industrial da Turquia.
Atravessado por grandes falhas geológicas, o país está entre os mais propensos a tremores do mundo. Em 1999, um sismo de magnitude 7,4 sacudiu a cidade de Izmit, no noroeste, causando mais de 17 mil mortes e deixando mais de 500 mil pessoas desabrigadas.
Em 2011, um tremor de 7,1 na província de Van matou mais de 600 pessoas. Em janeiro de 2020, 40 pessoas morreram durante um sismo de magnitude 6,8 na província de Elazing. Meses depois, em novembro, novo episódio em Esmirna fez quase cem vítimas e provocou um minitsunami que inundou cidades próximas e causou danos severos na costa da Grécia.
A Turquia está sobre o encontro de duas placas tectônicas —uma espécie de bloco que flutua sobre o manto, uma das camadas no interior da Terra.
As placas podem se mexer, de forma divergente (movendo-se em direções contrárias), convergente (chocando-se uma contra a outra) e transformante (movendo-se lateralmente); os dois últimos movimentos costumam causar terremotos.
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