A Coreia do Norte ameaçou nesta sexta (17) dar uma resposta "sem precedentes" às operações conjuntas dos EUA e da vizinha Coreia do Sul. Os dois países se prepararam para seus exercícios militares anuais, em um esforço para afastar as crescentes ameaças nucleares da ditadura de Kim Jong-un.
A chancelaria de Pyongyang acusou os EUA de escalarem a tensão e usarem o Conselho de Segurança da ONU, o órgão máximo da organização, como uma "ferramenta política hostil e ilegal" para pressionar o regime norte-coreano ao criar uma espécie de "sério vórtice de tensão" sem justificativa.
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"Se é uma opção para os EUA mostrar toda a sua força, também é para a Coreia do Norte", diz a pasta. "Se EUA e Coreia do Sul colocarem em prática o plano de exercícios militares que consideramos preparativos para uma guerra, sofrerão reações sem precedentes."
O regime de Pyongyang critica há anos os exercícios conjuntos dos dois países aliados. Com o presidente Yoon Suk Yeol, a Coreia do Sul intensificou esse tipo de evento com Washington, algo que havia escasseado durante a pandemia de Covid-19.
A declaração foi divulgada menos de duas horas depois de a Coreia do Sul anunciar a reunião com os EUA para 22 de fevereiro. O objetivo do encontro é aprimorar as operações nucleares americanas e começar um treinamento em março.
Os exercícios pensarão no planejamento, gestão e resposta em caso de um ataque nuclear da Coreia do Norte, afirmou à agência de notícias AFP um funcionário do ministério sul-coreano da Defesa. Serão os primeiros exercícios desse tipo desde o ano passado, quando ambos os lados negociaram a frequência anual das atividades militares.
Em 23 de fevereiro, as autoridades visitarão ainda a base naval de Kings Bay, na Geórgia, que abriga os principais submarinos nucleares.
VOLUME INÉDITO DE MÍSSEIS
Em 2022, enquanto se preparava para seu primeiro teste nuclear desde 2017, o regime de Kim lançou um volume inédito de mísseis, incluindo os intercontinentais, que podem atingir qualquer lugar dos EUA.
Já no início de fevereiro, um desfile militar na Coreia do Norte exibiu o poder de fogo do qual a ditadura dispõe. Imagens mostram que o país tem ao menos 11 mísseis balísticos intercontinentais Hwasong-17, modelo que especialistas suspeitam ser capaz de atingir praticamente qualquer ponto do globo.
Eventos do tipo são geralmente acompanhados com atenção por analistas, que buscam pistas sobre o avanço do programa de armamentos do regime, um dos mais fechados do mundo. A conclusão foi de que as armas que a Coreia do Norte exibiu mostram um país em busca de se consolidar como potência militar.
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