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ESTUDO

Espécies de pássaros venenosos são descobertas na Nova Guiné

Pesquisadores descrevem a presença de neurotoxina nas penas de pássaros. O contato com esses animais pode causar cãibras, paralisia e até mesmo parada cardíaca em altas concentrações.

Imagem ilustrativa da notícia Espécies de pássaros venenosos são descobertas na Nova Guiné camera O fofinho e letal Pachycephala schlegelii | Foto: Bradley Hacker/Birds of the World/Reprodução

Um novo estudo realizado nas florestas da Nova Guiné, pesquisadores da Universidade de Copenhague e do Museu de História Natural da Dinamarca encontrou duas espécies de pássaros que desenvolveram veneno poderoso em suas penas.

A revelação da presença de veneno nesses pássaros está descrita em artigo publicado no periódico Molecular Ecology de fevereiro desse ano.

De acordo com os cientistas, as perigosas aves são das espécies Pachycephala schlegelii e Aleadryas rufinucha, que possivelmente conseguem gerar a substância por meio de uma dieta envolvendo alimentos com toxinas.

“Ficamos realmente surpresos ao descobrir que essas aves são venenosas, pois nenhuma nova espécie de ave venenosa foi descoberta em mais de duas décadas. Particularmente, porque essas duas espécies de aves são tão comuns nesta parte do mundo”, explica Knud Jonsson, coautor do estudo.

O momento exato em que um dos pesquisadores, Kasun Bodawatta, coleta uma amostra de um dos pássaros
📷 O momento exato em que um dos pesquisadores, Kasun Bodawatta, coleta uma amostra de um dos pássaros |Foto: Knud Jønsson

A substância gerada pelos animais é a batracotoxina, uma neurotoxina comum em rãs da família Dendrobatidae. O contato com esses animais pode causar cãibras, paralisia e até mesmo parada cardíaca em altas concentrações.

Espécies de pássaros venenosos são descobertas na Nova Guiné
📷 |Foto: Bradley Hacker/Birds of the World/Reprodução

Nos anfíbios, a presença desse veneno se deve a uma forma de proteção contra possíveis predadores. “Os habitantes locais não gostam de comida apimentada e evitam essas aves porque, segundo eles, a carne arde na boca como pimenta. Na verdade, foi assim que os pesquisadores começaram a tomar conhecimento delas. E a toxina pode ser sentida ao segurar uma delas. É meio desagradável, e ficar com uma por muito tempo não é uma opção atraente. Isso pode indicar que o veneno serve como dissuasor daqueles que gostariam de comê-las em algum grau”, explicou Jonsson.

Na natureza, alguns animais são capazes de produzir toxinas em seus corpos, enquanto outros a absorvem de seus arredores. Esses pássaros da Nova Guiné se incluem na segunda categoria, porém mesmo com a presença de besouros venenosos em seus estômagos, a origem da batracotoxina em seus organismos ainda precisa ser determinada.

Espécies de pássaros venenosos são descobertas na Nova Guiné
📷 |Foto: Bradley Hacker/Birds of the World/Reprodução

Quanto ao motivo de serem capazes de sobreviver com essa perigosa substância, os pesquisadores decidiram avaliar utilizando como base os anfíbios tóxicos, que possuem modificações genéticas que impedem a neurotoxina de causar cãibras.

“Era natural investigar se as aves tinham mutações nos mesmos genes. Curiosamente, a resposta é sim e não. As aves têm mutações na área que regula os canais de sódio, o que esperamos que lhes dê essa capacidade de tolerar a toxina, mas não exatamente nos mesmos lugares que os sapos”, explica Kasun Bodawatta, o outro autor do estudo.

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Além de auxiliar na compreensão das espécies da Nova Guiné, o estudo sugere também que a toxina vista nos pássaros é muito similar a outras, como, por exemplo, a que está ligada com a intoxicação por frutos-do-mar.

“Obviamente, não estamos em posição de afirmar que esta pesquisa descobriu o Santo Graal da intoxicação por frutos-do-mar ou problemas semelhantes, mas, no que diz respeito à pesquisa básica, é uma pequena peça de um quebra-cabeça que pode ajudar a explicar como essas toxinas funcionam nas células e no corpo. E como certos animais evoluíram para tolerá-las”, afirma Jonsson.

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