O manto de gelo da Antártica está enfrentando uma crise sem precedentes. Mesmo durante a temporada fria, os efeitos do derretimento histórico observado na última temporada quente estão sendo sentidos. Segundo o programa europeu Copernicus, no final de junho, a extensão do gelo antártico registrou um déficit de 2,5 milhões de km2 em relação à média do período de 1991 a 2020, equivalente a uma área um pouco inferior à da Argentina.
Os números alarmantes revelam um cenário preocupante. A extensão média mensal do gelo marinho na Antártica em junho foi de 11,5 milhões de km2, 17% abaixo da média. Essa é a menor extensão para o mês de junho em 45 anos de dados de satélite. Surpreendentemente, este já é o quarto mês de 2023 em que o gelo marinho antártico atinge seu pior índice mensal, após janeiro, fevereiro e maio. As áreas mais afetadas pelo déficit de gelo são o norte do Mar de Weddell, o leste do Mar de Bellingshausen e as regiões norte e noroeste do Mar de Ross.
Diante desses fatos alarmantes, especialistas em clima e meteorologia expressam sérias preocupações. Omar Baddour, chefe de monitoramento climático da Organização Meteorológica Mundial (WMO), descreve a queda dramática na extensão do gelo marinho na Antártica como um evento de grande magnitude. Jean-Baptiste Sallée, climatologista francês, chama a perda recente de gelo na Antártica de preocupante e questiona se entramos em um novo regime climático.
VIDA MARINHA
A diminuição acelerada do gelo marinho na Antártica tem efeitos devastadores no ecossistema da região. O derretimento afeta diretamente a vida marinha, incluindo espécies como pinguins, focas e baleias, que dependem do gelo para se alimentar e se reproduzir. Além disso, a perda de gelo na Antártica contribui para o aumento do nível do mar em todo o mundo, ameaçando comunidades costeiras e ecossistemas costeiros.
Os cientistas alertam para a necessidade urgente de ações globais para combater o aquecimento global e reduzir as emissões de gases de efeito estufa. O futuro do continente gelado e seus ecossistemas únicos está em jogo.
Com informações preocupantes sobre o derretimento histórico na Antártica e seus impactos, é evidente que a preservação do gelo marinho e do ecossistema antártico deve se tornar uma prioridade global. Ações concretas, baseadas em evidências científicas, são necessárias para garantir a sobrevivência desse frágil ecossistema e combater as mudanças climáticas que o ameaçam.
Espera-se que esses dados e análises aprofundadas levem a uma maior conscientização e a um movimento global para enfrentar os desafios do aquecimento global, salvaguardando assim a Antártica e o nosso planeta para as futuras gerações.
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