Os caranguejos-da-neve (Chionoecetes opilio) são parte importante do ecossistema no mar de Bering, no norte do oceano Pacífico, além de movimentarem a economia da costa do Alasca. A população desses crustáceos é monitorada por cientistas desde 1975.
Em 2020, a pesquisa não foi realizada devido à pandemia de coronavírus e quando o levantamento retornou, em 2021, os números assustaram. A pesquisa sobre o desaparecimento dos caranguejos foi publicada na revista Science.
Em entrevista à CNN, Cody Szuwalski, líder da pesquisa que descobriu o que aconteceu com os caranguejos, ele afirmou que a população do caranguejo da neve sofreu uma redução de cerca de 10 bilhões de indivíduos. Agora, finalmente, descobriram o que causou esta diminuição repentina desse animais.
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De acordo com o pesquisador, uma série de eventos colaborou para este extermínio em massa, mas o principal fator foi o aumento da temperatura das águas onde os caranguejos viviam. Entre 2017 e 2018, as águas do norte do oceano Pacífico atingiram um recorde, quando a média da temperatura subiu de 0 °C para 3 °C.
Segundo o especialista, nesta nova temperatura, os caranguejos precisam do dobro de calorias para continuar vivendo.
O impacto na necessidade de calorias afetou a compleição anatômica dos animais. Os caranguejos medidos antes do início da onda de calor eram consideravelmente maiores dos que os capturados depois. Ainda assim, os animais menores precisavam de mais calorias para sobreviver.
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Segundo o cientista, o futuro do caranguejo-da-neve na costa do Alasca é uma incógnita. Por hora, a espécie sobrevive com números bem menores que migraram mais ao norte em busca de águas mais frias.
No artigo, os cientistas alertaram para a necessidade de enfrentar os efeitos do aquecimento global com urgência. Em poucos anos, uma população quase foi extinta e isso vai alterar todo um ecossistema. Além disso, os caranguejos da neve alimentam a indústria de pesca da região, realizada principalmente por comunidades locais. Os pesquisadores estimam que os animais eram responsáveis por movimentar cerca de US$ 150 milhões anualmente.
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