Flecha afiada de 3.600 anos surge após degelo na Noruega

Um grupo de arqueólogos realizaram uma descoberta bastante inusitada no dia 13 de setembro, nas montanhas de Jotunheimen, no condado de Innlandet, na Noruega. Uma flecha da idade do bronze, com cerca de 3,6 mil anos, foi encontrada emergindo do gelo que estava derretendo. A ponta da flecha é feita com uma pérola de mexilhão-de-água-doce.

Os pesquisadores encontraram o artefato enquanto faziam uma caminhada durante o monitoramento de rotina que a equipe realiza aos finais de temporada de atividades de campo.

“As geleiras e manchas de gelo estão recuando e liberando artefatos que foram congelados no tempo pelo gelo”, disse ao Hyperallergic o pesquisador Lars Holger Pilø, codiretor do programa de arqueologia que realizou a descoberta – o Secrets of the Ice (Segredos do Gelo, na tradução para o português).

O programa Secrets of the Ice é uma iniciativa que nasceu em 2011 a partir de uma colaboração entre instituições de ensino e pesquisa científica – o Departamento de Patrimônio Cultural do Condado de Innlandet e o Museu de História Cultural da Universidade de Oslo.

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“Agora os artefatos estão expostos e se deteriorando rapidamente, então estamos em uma corrida contra o tempo para encontrar e resgatar os artefatos. As flechas com pontas de concha só se tornaram conhecidas na Europa quando começaram a derreter do gelo na Noruega”, disse Pilø ao Hyperallergic.

O cientista ainda relata ao portal, que esta é a flecha de concha mais bem preservada já encontrada pela equipe até o momento. Agora os pesquisadores estão tentando coletar o máximo de objetos arqueológicos no local. Eles querem correr para coletar as descobertas antes que elas sumam com a decomposição, já que esses objetos estão surgindo rapidamente com o crescente derretimento de gelo.

“Estamos meio que em uma corrida contra o tempo. Precisamos realmente trabalhar ainda mais para salvar o máximo possível desses artefatos. A maior parte do gelo aqui na Noruega vai desaparecer neste século. Pode-se dizer que estamos derretendo no tempo”, disse Pilø ao The New York Times.

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O degelo é crescente e constante. A cada ano, menos gelo está presente sobre a superfície terrestre. Assim, muitos objetos surgem, abrindo caminho para a pesquisa arqueológica.