Argentina dificulta compra de dólar após posse de Milei

Eleito em novembro após derrotar o peronista Sergio Massa nas urnas, o novo presidente da Argentina, Javier Milei, tomou posse no último domingo (10). E em seu primeiro dia útil à frente do comando do país, uma medida econômica chamou a atenção.

O Banco Central da Argentina anunciou nesta segunda-feira (11) novas regras para limitar a operação de câmbio no país. Deste modo, todo processo de compra de dólar deve passar por análise do BC. Tal medida afeta, em especial, empresas que trabalham com importação de produtos e insumos.

CONTEÚDO RELACIONADO:

• Javier Milei manda gravar cães em bastão presidencial
• Milei faz primeiro discurso como presidente da Argentina

Agora, além de pedirem aval para importar, tais empresas precisam também de autorização do Banco Central para comprar dólares.

Segundo a nota publicada pelo BC, o objetivo da medida é “dar tempo à gestão do Poder Executivo para cumprir os procedimentos administrativos para a formação das novas autoridades e anunciar e implementar as políticas que serão executadas”.

Quer mais notícias do mundo? Acesse nosso canal no WhatsApp!

Durante o período de transição para a nova gestão, todas a operações serão previamente analisadas e processadas com base em critérios de prioridade.

Com as novas regras, o governo espera adiar a desvalorização da moeda argentina, pois o mercado previa que a posse do novo presidente levaria a uma desvalorização da moeda em até 100%, com o preço do dólar atingindo um patamar entre 600 e 700 pesos. Vale lembrar que, na última quinta-feira (7), o mercado fechou em 364 pesos por dólar.

Também foi adiado para terça-feira (12) o anúncio do pacote de medidas econômicas do novo governo. Durante reunião em seu primeiro dia útil de mandato, Milei afirmou que vai fazer um “inventário geral” do serviço público, com revisão de todos os contratos em vigor, e debateu, junto aos ministros, outras medidas para frear a crise econômica no país. “O colapso da economia foi o título da reunião de gabinete”, definiu o porta-voz da presidência argentina, Manuel Adorni.