Festa "quase nua" com celebridades vira polêmica na Rússia

A Rússia vive em meio a um de seus piores momentos, com os efeitos da guerra e a crise econômica, que tem provocado descontentamento na população por conta dos preços dos alimentos. Além desses problemas, outras polêmicas têm afetado o Gorveno atual.

Isso porque no último dia 20 de dezembro de 2023 a influenciadora Anastasia Ivleeva organizou uma festa privada entre celebridades russas, que ela chamou de "festa quase nua". Nas redes sociais, circulam vídeos que mostravam personalidades, artistas e a elite russa em lingerie e pouca roupa.

Acontece que esse evento resultou em uma crise, pois alguns observadores escancara a guinada ultraconservadora implementada por Vladimir Putin, em Moscou.

Esse caso resultou até em acusações de que o governo estaria fabricando a polêmica para desviar a atenção pública. "Nossos soldados não estão morrendo em nome disso", afirmou Yekaterina Mizulina, ativista ligada ao Kremlin e que defende a censura na Internet. "Organizar tal evento num momento em que nossos rapazes estão morrendo numa operação militar é cínico", afirmou.

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Diante dessa proporção, políticos, grupos de apoio aos soldados, entidades religiosas e blogueiros ligados ao governo condenaram a festa e "vazaram" informações de que Putin teria ficado irritado ao ver as imagens da festa. Enquanto isso, a imprensa aliada ao Kremlin passou a divulgar notícias sobre como os soldados estariam insatisfeitos diante do evento.

A porta-voz do Ministério de Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, chegou a declarar que a festa havia "manchado" aqueles que aceitaram o convite.

No entanto, a questão da guerra não é o único motivo para polêmicas. Nos últimos anos, Putin tem promovido uma agenda ultraconservadora de valores e insistido numa guerra cultural contra o que é tido como "comportamentos de sociedades decadentes do Ocidente".

Na ONU, Moscou se aliou ao posicionamento da ex-ministra Damares Alves e países árabes, rejeitando resoluções que falassem de educação sexual e direitos reprodutivos.

As eleições já estão marcada para março e o governo Putin vem reforçando justamente esse discurso conservador em suas pautas. Controlada pelo Kremlin, a Corte Suprema qualificou ativistas do movimento LGBT como "extremistas", enquanto Putin passou a defender que famílias tenham até oito filhos.

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Ainda por conta desse episódio da festa, operações foram realizadas um dia depois do ocorrido em três casas noturnas frequentadas pelo movimento LGBT, supostamente em busca de drogas. Todos tiveram seus nomes registrados pelas forças de segurança, mesmo que a Lei entre em vigor em 10 de janeiro de 2024.

Inclusive, o governo aprovou uma lei em 2013 proibindo a distribuição de "propaganda gay" entre menores de idade, essa regra passa a valer agora para todas as faixas etárias. Desde 2022, canais de TV passaram a ser multados por divulgar imagens que poderiam sugerir um apoio ao movimento LGBTQ+. Num deles, a acusação que acarretou em punição foi a imagem de casais do mesmo sexo de mãos dadas.

Outra consequência dessas medidas, foi que o Teatro Bolshoi suspendeu a temporada de um balé centrado na vida do dançarino Rudolf Nureyev (1939-1993), que foi diretor do balé da Ópera Nacional de Paris de 1983 a 1989, marcou a história da dança com suas coreografias e nunca escondeu sua homossexualidade.

Festa punida

A festa com as celebridades "quase nuas", resultaram em multas e punições rapidamente. Os participantes do evento ainda passaram a ser cancelados de qualquer tipo de publicidade ou de aparições em TVs, quase todas elas aliadas ao Kremlin. Alguns deles estavam previstos para os shows de Ano Novo, transmitidos pelas emissora