Normalmente a mobilização para salvar animais selvagens ocorre quando eles estão em ambientes pouco propícios para o seu desenvolvimento. Mas no caso de Albert, um jacaré com cerca de 362 quilos, acontece ao contrário— depois de ser retirado do seu tratador, que o considera como um “filho”, mais de 105 mil pessoas já assinaram uma petição para ele ser devolvido.
Em 1990, ainda bebê, Albert foi salvo por Tony Cavallaro, após participar numa exposição de répteis. Desde então, o gigante tornou-se no “filho” do cuidador, que o manteve numa piscina na própria residência, no interior do estado de Nova Iorque, Estados Unidos.
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Nos últimos 34 anos, Albert atingiu os 3,4 metros de comprimento, recebeu todos os cuidados de que precisava e tinha contato com conhecidos da família.
Já na última quarta-feira, 13 de março, tudo mudou quando as autoridades invadiram a casa de Tony para levar Albert embora. Segundo a polícia americana, o cuidador estava “colocando pessoas em perigo” após permitir o seu contato com o animal. No entanto, Tony garante que o jacaré “nunca atacaria ninguém” e teve sempre contato com vários humanos, inclusive crianças e idosos.
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“Todo a gente que o conheceu ou o conhece sabe que isso não é verdade. Cuidei dele melhor do que a maioria das pessoas cuida dos seus filhos”, frisou num testemunho partilhado no Facebook. “Eles mudaram as regras há dois anos sobre o que é preciso fazer para ter um Jacaré. Tenho-o há 34 anos e cumpri todas as regras, além de renovar a minha licença anualmente conforme necessário”.
Ainda assim, o Departamento de Conservação Ambiental (DEC, sigla em inglês), rebateu as afirmações, sublinhando ao jornal “Scripps News Buffalo” que mesmo com a licença correta, o contato com o público “é proibido e motivo para revogação do documento e a realocação do animal”.
A petição que exige a libertação e devolução do jacaré a Tony já juntou mais de 105 mil assinaturas desde que foi criada, a 15 de março. Alguns apoiantes chegaram a gravar vídeos a apoiar o cuidador. “Nenhum animal deve ser retirado do seu dono após tantos anos”, defende um deles. “Deviam ir atrás de pessoas que realmente abusam os animais”, frisou outro.
No último domingo, 17 de março, Tony voltou a partilhar a sua indignação no Facebook. “Não consigo expressar o quanto isso está a destruir a minha vida. Não saí de casa desde então. Sinto muita a falta dele”, lamentou. “Quase não comi e dormi muito pouco. Estou mentalmente e fisicamente exausto. Não acredito que essas pessoas sejam tão cruéis”.
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