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AMEAÇA

Macron morde isca nuclear de Putin e testa novo míssil

A simulação russa foi uma resposta direta a Macron, que desde fevereiro vem defendendo que a França e outros aliados de Kiev enviem tropas para ajudar o acuado governo de Volodimir Zelenski.

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Imagem ilustrativa da notícia Macron morde isca nuclear de Putin e testa novo míssil camera Na quarta (22), um caça Rafale fez o primeiro teste do ASMPA-R, a versão mais recente de um míssil de cruzeiro supersônico ar-terra em operação desde 1986. | Reprodução/Redes Sociais

O presidente francês, Emmanuel Macron, mordeu a isca nuclear deixada pelo rival Vladimir Putin, respondendo a exercícios russos para o emprego de armas atômicas com o lançamento de um novo modelo de míssil para ataques do mesmo tipo.

Na quarta (22), um caça Rafale fez o primeiro teste do ASMPA-R, a versão mais recente de um míssil de cruzeiro supersônico ar-terra em operação desde 1986. O disparo foi "sobre território nacional, no fim de um voo representando um ataque nuclear aéreo", afirmou em nota o ministro da Defesa francês, Sébastien Lecornu.

Na terça (21), os russos haviam iniciado um exercício militar para testar o emprego de armas nucleares táticas, para uso teoricamente limitado ao campo de batalha e menor potência. Nele, experimentou pela primeira vez uma versão nuclear do míssil hipersônico Kinjal (punhal), em operação na Guerra da Ucrânia, além de mísseis de cruzeiro e balístico.

A simulação russa foi uma resposta direta a Macron, que desde fevereiro vem defendendo que a França e outros aliados de Kiev enviem tropas para ajudar o acuado governo de Volodimir Zelenski, que está na defensiva ante renovados avanços russos.

Putin já havia criticado diretamente o francês, dizendo que ele arrisca uma guerra nuclear entre a Rússia e a Otan, aliança militar liderada por Washington da qual Paris faz parte. Além disso, segundo nota do Ministério da Defesa russo, o exercício era uma resposta às sugestões dos EUA e do Reino Unido de que suas armas podem ser usadas pelos ucranianos contra território russo.

Essa é uma linha vermelha que ainda não foi testada, muito pelo uso da ameaça nuclear por Putin desde o começo da guerra. Nesta quinta (23), o vice-chanceler russo Serguei Riabkov voltou a dizer que alvos britânicos serão alvejados caso algum míssil doado por Londres a Kiev caia na Rússia.

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A animosidade é maior, contudo, com os franceses. Macron, conhecido por sua ambição de tornar-se a referência da União Europeia e buscando uma posição mais aguerrida na questão ucraniana do que a dos EUA e da Alemanha, chegou a publicar fotos sugerindo chamar Putin para um ringue de boxe.

O francês não parece ter assimilado a humilhação imposta pelo russo nas vésperas da invasão da Ucrânia, em fevereiro de 2022, quando foi a Moscou buscar uma solução para a crise e saiu com a foto em que aparecia no canto de uma mesa de 5 metros com Putin, em pose imperial, no outro extremo.

Lecornu disse, no X (ex-Twitter), que a operação foi planejada "há muito tempo", mas não há coincidência aqui. O teste visa manter "a credibilidade do elemento aerotransportado da dissuasão nuclear" da França, afirmou.

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Não houve emprego de ogiva nuclear real, nem na França, nem na Rússia, e sim modelos que simulam as característica da arma, como peso e desenho aerodinâmico.

O míssil francês foi desenhado pelo consórcio europeu MBDA, que une fabricantes da França, Reino Unido e Itália, para substituir uma geração anterior transportada pelos caças Mirage-2000N, que por sua vez deram lugar ao Rafale.

Ele leva uma ogiva nuclear de até 300 quilotons, ou cerca de dez vezes o poder combinado das explosões atômicas de Hiroshima e Nagasaki, em 1945. É uma arma mais potente do que os modelos táticos usuais, de até 0,3 quiloton, servindo segundo a doutrina francesa como um tiro de advertência antes do lançamento de ogivas estratégicas, aquelas que visam ganhar guerras, de submarinos.

Apesar da retórica, as forças nucleares francesas não fazem frente à russas num hipotético embate só entre os dois países. Paris tem 290 ogivas, a maioria para uso nos quatro submarinos de propulsão nuclear da classe Triomphant.

Já Moscou tem um inventário de 5.580 armas, incluindo aí 1.200 que foram aposentadas, mas não desmontadas, segundo a referencial Federação dos Cientistas Americanos. Dessas, a entidade estima em 1.558 o número de bombas táticas, como as que seriam usadas em combate na simulação ocorrida nesta semana.

O restante é de ogivas estratégicas lançadas de silos, lançadores móveis, submarinos ou bombardeiros. Por tratado ora suspenso com a outra potência nuclear de seu tamanho, os EUA, a Rússia tem 1.710 delas prontas para disparo a qualquer momento, enquanto os americanos têm 1.670.

Ambos os rivais da antiga Guerra Fria dominam cerca de 90% do arsenal nuclear do mundo, com a China (500 ogivas na mais recente estimativa) em terceiro lugar, a França, em quarto, e o Reino Unido (225 bombas), em quinto. As outras potências são Índia (170), Paquistão (170), Israel (90) e Coreia do Norte (50).

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