A crescente tensão e a falta de diálogo contundente entre potências nucleares, como Estados Unidos, Ucrânia, Rússia e Coréia do Norte, estão elevando as preocupações sobre a estabilidade global e a segurança estratégica no mundo.
O Kremlin enfatizou nesta sexta-feira (21), a necessidade urgente de negociações de segurança com os Estados Unidos. Porém, destacou que essas conversas devem ser “abrangentes” e abordar também a situação na Ucrânia.
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Em uma declaração aos jornalistas, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, afirmou que a Rússia está disposta ao diálogo, mas com um escopo amplo que inclua todas as questões, especialmente a guerra na Ucrânia. "É impossível excluir quaisquer segmentos do complexo geral de problemas acumulados, e não faremos isso", declarou Peskov. "Estamos abertos ao diálogo, mas um diálogo abrangente que cubra todas as dimensões, incluindo a atual dimensão relacionada ao conflito na Ucrânia e ao envolvimento direto dos EUA nesse conflito."
Os Estados Unidos, por sua vez, têm rejeitado consistentemente a alegação russa de que, ao fornecer armas à Ucrânia, se tornaram participantes diretos em um conflito que visa impor uma “derrota estratégica” à Rússia. Washington insiste que qualquer negociação sobre a guerra deve ser conduzida pela Ucrânia.
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Embora a posição russa, delineada por Peskov, não represente uma novidade, o porta-voz salientou que a lista de temas que Moscou considera necessários discutir com Washington está crescendo. “No geral, este diálogo é muito necessário”, afirmou. “É necessário porque os problemas estão se acumulando, e há muitas questões relacionadas à arquitetura de segurança global.”
Na visão dos Estados Unidos, as ações de Putin no terceiro ano da guerra na Ucrânia apenas ampliam a lista de preocupações de segurança. Nesta semana, Putin visitou a Coreia do Norte, um país com armas nucleares, onde assinou um acordo de defesa mútua com o líder Kim Jong-un e indicou a possibilidade de fornecer armamentos russos ao regime norte-coreano como resposta ao apoio ocidental à Ucrânia.
Além disso, na última quinta-feira (20), Putin reiterou que está considerando rever a doutrina russa sobre o uso de armas nucleares. A medida ocorre enquanto se aproxima o prazo para a expiração, em 2026, do último tratado de controle de armas que limita o número de ogivas nucleares estratégicas que Rússia e Estados Unidos podem utilizar.
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