Uma das figuras mais dominantes do Hamas, Deif — cujo nome verdadeiro é Mohammed Diab Ibrahim al-Masri — subiu na hierarquia do grupo ao longo de 30 anos, desenvolvendo uma rede de túneis sob Gaza e tornando-se especialista na fabricação de bombas. Ele está no topo da lista dos mais procurados de Israel há décadas, sendo responsabilizado pessoalmente pelas mortes de dezenas de israelenses em atentados suicidas.
As Forças de Defesa de Israel (FDI) anunciaram nesta quinta-feira, dia 1º, que Mohammed Deif, chefe da ala militar do Hamas, foi morto em um ataque aéreo em Gaza no mês passado. A declaração veio um dia após o líder político do grupo, Ismail Haniyeh, ter sido assassinado em Teerã.
“As FDI anunciam que, em 13 de julho de 2024, caças atacaram na área de Khan Younis e, após uma avaliação de inteligência, podemos confirmar que Mohammed Deif foi eliminado no ataque”, informaram os militares.
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Naquele sábado, o ataque aéreo destruiu vários prédios na cidade do sul de Gaza e matou 90 pessoas, segundo autoridades de saúde locais.
O Hamas não se pronunciou sobre o anúncio israelense, que ocorre enquanto multidões se reuniam em Teerã para o cortejo fúnebre de Haniyeh. Além disso, na terça-feira, um ataque aéreo realizado pelo governo israelense em Beirute, capital do Líbano, matou um comandante do Hezbollah.
Os ataques em solo iraniano e libanês aumentam o temor de um conflito em maior escala no Oriente Médio. O novo presidente do Irã condenou o ataque e afirmou que o país vai defender “sua integridade territorial, sua honra, orgulho e dignidade”. O governo brasileiro criticou a morte de Haniyeh, afirmando que atos como esse dificultam as chances de solução para o conflito em Gaza.
Acredita-se que o chefe do braço militar tenha sido um dos principais arquitetos do ataque do Hamas em 7 de outubro contra comunidades do sul israelense, que desencadeou a guerra de Gaza, atualmente em seu 10º mês.
Deif foi um dos fundadores da ala militar do Hamas, as Brigadas Al-Qassam, na década de 1990, e liderou a unidade por décadas. Sob seu comando, realizou dezenas de atentados suicidas contra israelenses em ônibus e cafés e construiu um enorme arsenal de foguetes que podiam atingir Israel a longas distâncias.
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Ao longo da carreira, porém, continuou sendo uma figura misteriosa e clandestina. Ele nunca apareceu em público, quase nunca foi fotografado e apenas raramente sua voz foi ouvida em declarações de áudio.
Experiente e totalmente comprometido com o grupo terrorista palestino, Deif sobreviveu a pelo menos sete tentativas de assassinato israelenses.
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