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Ataque em Nova Orleans mata 15 pessoas no Ano Novo

Após ataque em Nova Orleans, turistas relatam clima de festa na rua Bourbon, contrastando com a violência. Jovens se divertem, mas tensão aumenta.

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Imagem ilustrativa da notícia Ataque em Nova Orleans mata 15 pessoas no Ano Novo camera Reprodução

A rua Bourbon, alvo do ataque que matou ao menos 15 pessoas em Nova Orleans na madrugada desta quarta (1º), lembra o Brasil. É uma farra.

Jovens tomam a estreita via no coração do turístico Bairro Francês atraídos pelas dezenas de bares e pelos drinks que podem ser bebidos na rua —uma raridade nos Estados Unidos. Daiquiris e "hand grenades", uma mistura açucarada e obscura servida num copo de plástico verde no formato de uma granada, dominam a área.

Tirando o frio, o clima é quase carnavalesco. Numa esquina, um policial montado num cavalo tenta afastar uma mulher que não desiste de tentar fazer carinho no animal; na outra, dois amigos levantam a blusa para ganhar colares de contas da turma que está na varandinha do bar em frente. Uma jovem tropeça e cai de cara numa placa com o menu de um pub, e o segurança tenta convencê-la a parar para tomar água.

As brasileiras Giovanna Trevisan, 24, Duda Braga, 21, Adrielle Souza, 22, e Kellen Cristina, 27, estavam com um grupo de dez pessoas no Razzo Bar, a três quadras do ataque, quando de repente a festa acabou por volta das 3h. A ideia era ir para um after, mas a cavalaria da polícia chegou expulsando todo mundo da rua, contam as turistas.

"Todo mundo começou a sair correndo, aí nós saímos também, desesperadas. Fomos para as ruas adjacentes porque não podia mais ficar na Bourbon", diz Giovanna.

"Tinha uma galera gritando bêbada, resquícios de briga, gente caçando confusão", completa Duda.

Andando em direção ao hostel em que estavam hospedadas, em uma rua paralela à Bourbon, elas afirmam que viram dezenas de viaturas. Uma amiga da turma que havia saído mais cedo tinha mandado mensagem pedindo para tomarem cuidado porque havia ocorrido um tiroteio.

Só na manhã desta quarta elas viram a notícia do que havia ocorrido -o autor do ataque, após o atropelamento, saiu de sua caminhonete disparando sua arma de fogo.

A cidade amanheceu mais fria do que nos dias anteriores. A região onde ocorreu o ataque foi isolada pela polícia. Por volta das 9h30, alguns poucos jornalistas e curiosos rondavam o local, praticamente vazio em comparação com a muvuca da véspera.

Entre eles, as brasileiras Mariana Braga, 39, e Natalia Faico, 38. De Belo Horizonte, elas estão hospedadas no Crowne Plaza, um hotel na esquina da Bourbon com a rua Canal, na quadra do ataque.

Elas contam que estavam dormindo na hora do ocorrido, e não ouviram nada. Também ficaram sabendo do que ocorreu pela manhã. Com o bloqueio da rua, elas se perguntavam como iam fazer para sair com os carros estacionados na garagem.

Mesmo antes do ataque, porém, elas já haviam estranhado a quantidade de policiais. Elas afirmam que o clima da cidade era muito diferente do que encontraram em visitas anteriores.

"Antes era mais legal, mais tranquila", diz Mariana. "Já tinha vindo no Mardi Gras [o carnaval de Nova Orleans], era superbonito", diz Natalia. "Agora foi bem loucura, a Bourbon estava exageradamente estranha."

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