
Parecia mais uma manhã comum nos arredores de Ahmedabad, cidade indiana marcada por sua rotina movimentada e pelo calor seco de junho. Mas a normalidade foi interrompida por uma tragédia aérea de proporções devastadoras. O que inicialmente era apenas o som de um estrondo logo se revelou um dos acidentes mais fatais da história da aviação recente.
O voo da Air India com destino ao aeroporto de Gatwick, em Londres, caiu instantes após a decolagem. A bordo estavam 242 pessoas. Apenas uma sobreviveu. Era Vishwash Kumar Ramesh, cidadão britânico de origem indiana, que retornava ao Reino Unido após visitar parentes.
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"Trinta segundos após a decolagem, houve um barulho alto e então o avião caiu. Tudo aconteceu muito rápido", relatou Ramesh em entrevista concedida do hospital onde está internado, ainda em estado de observação.
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Imagens que circularam nas redes sociais mostraram um homem deixando a área do acidente com a camisa manchada de sangue. Logo depois, veio a confirmação oficial: dos 242 ocupantes do voo, 241 perderam a vida. Ramesh foi identificado como o único sobrevivente.
TELEFONEMA PARA A FAMÍLIA
A tragédia comoveu comunidades tanto na Índia quanto no Reino Unido. O primo do sobrevivente, Ajay Valgi, falou com jornalistas em Leicester, na Inglaterra. Segundo ele, Ramesh conseguiu telefonar para a família logo após o acidente. “Ele está bem”, afirmou, acrescentando que todos estão profundamente abalados com a perda do irmão de Ramesh e das demais vítimas.
O médico Rajnish Patel, chefe de cirurgia do Hospital Civil de Ahmedabad, onde Ramesh está sendo tratado, explicou que o paciente não sofreu ferimentos graves. “Ele tem um pouco de sangue nas imagens, mas não está gravemente ferido. Está muito confortável e sob rigorosa observação, sem problemas”, declarou.
SOBREVIVÊNCIA NO ASSENTO 11A INTRIGA ESPECIALISTAS
Veículos da imprensa indiana divulgaram a foto do cartão de embarque de Ramesh, que indicava o assento 11A – uma posição na fileira de emergência, bem em frente à asa esquerda da aeronave. Embora a imagem não tenha sido verificada de forma independente, a informação impressionou especialistas em segurança aérea.
O analista da CNN David Soucie, ex-inspetor da Administração Federal de Aviação dos Estados Unidos, considerou a sobrevivência de alguém naquela parte do avião algo espantoso. "Aquela cadeira fica exatamente onde o suporte da asa tocaria o chão, que seria um ponto sólido para o avião impactar. Quanto à sobrevivência acima desse ponto, isso é incrivelmente surpreendente", observou.
IRMÃO NÃO SOBREVIVEU AO ACIDENTE
A parlamentar britânica Shivani Raja, representante de Leicester East, classificou o episódio como "nada menos que um milagre". Ela informou que conversou com a família de Ramesh, mas preferiu respeitar sua privacidade. "Um dos irmãos dele também estava naquele voo e, infelizmente, não sobreviveu", lamentou.
A tragédia também atingiu o alojamento do BJ Medical College and Hospital, que foi atingido durante a queda da aeronave. Segundo um médico sênior do Hospital Civil de Ahmedabad, o número de mortos pode ainda aumentar. A Associação Médica Indiana confirmou que ao menos três estudantes de medicina perderam a vida e outros 30 ficaram feridos.
O voo transportava passageiros de várias nacionalidades, incluindo cidadãos indianos, britânicos, canadenses e portugueses. A catástrofe reacendeu discussões sobre segurança aérea na região e deixou uma marca profunda em todos os envolvidos. Vishwash Ramesh, com sua história de sobrevivência improvável, agora é um símbolo do que muitos já chamam de "o milagre do assento 11A".
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