
As tensões crescentes no Oriente Médio tomaram novos rumos após o ataque dos Estados Unidos ao Irã, comprando de vez o lado de Israel nos conflitos. Por isso, uma medida pode mudar o mercado global em breve.
O parlamento do Irã aprovou, neste domingo (22), uma proposta que prevê o fechamento do Estreito de Ormuz, uma das rotas marítimas mais estratégicas do mundo, em resposta aos ataques realizados pelos Estados Unidos contra instalações nucleares iranianas no sábado (21).
A medida, no entanto, ainda precisa ser ratificada pelo Conselho Supremo de Segurança Nacional e pelo líder supremo do país, o aiatolá Ali Khamenei, para entrar em vigor.
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Crise no Golfo
A decisão foi tomada em meio à escalada das tensões no Oriente Médio, após os bombardeios norte-americanos, que atingiram três instalações nucleares no território iraniano. O ataque, segundo o presidente dos EUA, Donald Trump, foi uma resposta direta ao envolvimento do Irã no conflito contra Israel.
Desde a última quinta-feira (19), Teerã já havia ameaçado bloquear o Estreito de Ormuz caso os Estados Unidos optassem por apoiar militarmente Israel. O estreito é responsável pelo escoamento de cerca de 21% de todo o petróleo comercializado no mundo e conecta o Golfo Pérsico ao oceano aberto.
Parlamentares defendem medida
“O parlamento chegou à conclusão de que deve fechar o Estreito de Ormuz, mas a decisão final cabe ao Conselho Supremo de Segurança Nacional”, afirmou o deputado Esmaeil Kowsari, em declaração à rede estatal PressTV.
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Outro parlamentar, Seyyed Ali Yazdi Khah, reforçou que o país dispõe de “muitas opções” para proteger seus interesses e que não hesitará em adotá-las, segundo informações do jornal iraniano Mehr.
Impacto global
O possível fechamento do Estreito de Ormuz acende um alerta no mercado internacional de energia. De acordo com um relatório da seguradora holandesa ING, uma interrupção significativa na circulação de petróleo pela região pode fazer o preço do barril disparar para até US$ 120. Caso o bloqueio persista até o fim do ano, o brent pode atingir valores superiores ao recorde histórico de quase US$ 150 registrado em 2018.
O cenário de incerteza já provocou uma mudança nas rotas de navegação. Desde o início da escalada dos conflitos, diversas embarcações estão evitando o Mar Vermelho e o próprio Golfo Pérsico.
Principais produtores afetados
O Irã, alvo dos bombardeios norte-americanos e israelenses, é responsável pela produção de aproximadamente 3,3 milhões de barris de petróleo por dia — cerca de 5% da produção global.
Além do petróleo, o preço do gás natural também disparou nos mercados internacionais desde o início do conflito. O estreito é vital não só para o Irã, mas também para outros grandes exportadores de petróleo da região, como Arábia Saudita, Iraque, Kuwait e Emirados Árabes Unidos.
A confirmação do fechamento do Estreito de Ormuz pode representar um dos maiores choques no mercado de energia das últimas décadas, com impactos diretos na economia global.
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