
Por trás das fotos vitoriosas no cume do Monte Everest, no Nepal, há uma realidade brutal que poucos contam. Com 8.849 metros de altitude, a montanha mais alta do mundo continua sendo o destino de muitos aventureiros, mas também guarda, congelados e visíveis, os corpos de cerca de 200 alpinistas que não voltaram.
Na chamada “zona da morte”, acima dos 8.000 metros, o ar rarefeito torna a recuperação de um corpo quase impossível. Ali, existe um pacto silencioso entre os escaladores: quem cai, permanece onde está. O esforço físico necessário para carregar alguém nessa altitude pode custar mais vidas.
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A britânica Bonita Norris, que alcançou o topo do Everest aos 22 anos, é uma das poucas pessoas que podem contar o que viram lá de cima. “Cada dia na montanha é uma questão de vida ou morte”, lembra. “Ver os corpos congelados muda sua percepção. Você entende que o mais importante não é chegar, mas voltar vivo.”
A “zona da morte” desafia o corpo humano de forma extrema: menos de 25% do oxigênio disponível ao nível do mar, raciocínio lento, fadiga extrema. Comer, dormir ou até dar um passo se tornam tarefas titânicas. E é nesse ambiente que muitos fazem sua última tentativa de chegar ao topo.
Bonita, que começou no alpinismo após assistir a uma palestra sobre o Everest, se tornou símbolo de superação e humildade nas montanhas. Hoje, aos 37 anos, ela lidera a campanha Aventuras Cotidianas, da marca Dacia, incentivando pessoas comuns a buscarem o espírito aventureiro em ações simples do dia a dia.
“Você não precisa ir ao Himalaia para viver uma aventura”, defende. “Comece no quintal, olhando as estrelas ou construindo uma cabana com seus filhos.” A campanha mostra que o desejo de se aventurar diminui com a idade — e, surpreendentemente, já começa a cair aos 13 anos entre os jovens da Geração Z.
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Para Bonita, o Everest continua sendo uma metáfora poderosa: não é sobre o topo, mas sobre a jornada — e, acima de tudo, sobre o retorno.
Veja a postagem da alpinista:
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