
Movimentações secretas, tentativas de articulação internacional e acusações explosivas sacudiram a política colombiana neste fim de semana. O jornal espanhol El País divulgou, neste domingo (29), uma série de áudios comprometedores que colocam o ex-ministro das Relações Exteriores da Colômbia, Álvaro Leyva, no centro de uma tentativa de desestabilizar o governo de Gustavo Petro.
Segundo a reportagem, Leyva buscou apoio de figuras do Partido Republicano dos Estados Unidos, em especial do senador Marco Rubio, para que o governo de Donald Trump pressionasse pela saída de Petro do poder. O plano previa substituí-lo por sua vice, Francia Márquez. Embora os esforços tenham sido intensos, não houve sinal de adesão por parte dos norte-americanos à ideia de interferência.
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Nos áudios revelados, Leyva afirma que Petro seria “errático” e “incapaz de governar”, além de fazer alegações sobre supostos vícios do presidente, acusações que já havia feito publicamente e que o próprio Petro nega. Em tom alarmista, Leyva sugere inclusive ações “armadas e não armadas” para remover o chefe do Executivo.
Em uma das gravações, o ex-chanceler chega a dizer que Petro “não pode presidir as eleições de 2026” e que “a ordem pública se acabou”, propondo um acordo nacional que reuniria setores da esquerda, da direita e apoio externo para tirá-lo do cargo.
Gustavo Petro reagiu duramente, classificando o plano como “um ato bárbaro e canalha de vingança”. Leyva, que foi uma das figuras mais próximas do presidente no início do governo, caiu em desgraça política após se envolver em um escândalo envolvendo o contrato de emissão de passaportes no país.
A vice-presidente Francia Márquez, citada como possível beneficiária da manobra, negou qualquer envolvimento. “Não existe a possibilidade de que eu tenha participado de conspirações. Tenho a consciência tranquila e o coração firme”, afirmou neste domingo.
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Ainda segundo El País, a inteligência colombiana já havia alertado o presidente sobre os movimentos do ex-chanceler, o que provocou uma crise interna e pedidos de esclarecimentos à vice. Petro teria solicitado um posicionamento público de Márquez, que recusou a ideia, sinalizando que a relação entre os dois continua estremecida.
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