
A possibilidade de Israel implementar um novo plano para tomar a cidade de Gaza tem gerado grandes preocupações no cenário internacional. Neste domingo (10), Miroslav Jenca, subsecretário-geral da ONU para Europa, Ásia Central e Américas, alertou que essa ação pode desencadear “uma nova calamidade” com repercussões graves em toda a região do Oriente Médio.
Durante uma reunião de emergência do Conselho de Segurança das Nações Unidas, Jenca descreveu a situação atual em Gaza como uma “catástrofe humanitária de proporções inimagináveis”. Segundo ele, a realização do plano israelense de tomada da cidade poderá agravar ainda mais as condições de vida da população local.
“A implementação deste plano poderá causar mais deslocamentos forçados, mortes e destruição, ampliando o sofrimento da população”, afirmou Jenca.
A declaração de Jenca foi uma das principais falas durante a reunião de emergência convocada pelo Conselho de Segurança para discutir o impacto das ações militares em Gaza. Segundo o subsecretário-geral da ONU, a região já enfrenta uma grave crise humanitária e qualquer escalada pode levar a consequências ainda mais devastadoras para os civis.
Conteúdos relacionados:
- Netanyahu afirma que pretende deter o controle total da Faixa de Gaza
- Trump eleva pressão e fala em encontrar Putin e Zelenski para cessar-fogo
- Saiba como a falta de comida pode levar uma pessoa à morte
Em um esforço para pressionar por uma mudança de postura, o representante da Eslovênia no Conselho de Segurança, Samuel Zbogar, falou em nome de quatro países da União Europeia: Dinamarca, Grécia, França e Eslovênia. Zbogar reiterou a condenação internacional ao plano israelense, alertando que qualquer tentativa de anexação ou expansão de colônias, além de outras violações do direito internacional, só agravariam o sofrimento da população de Gaza e colocariam em risco a vida de todos os civis.
Zbogar também enfatizou o impacto das operações militares em curso e destacou o risco que elas representam para a vida dos reféns que permanecem nas mãos do Hamas.
“Essas ações militares apenas colocarão mais vidas em risco e causarão sofrimento desnecessário”, afirmou o representante da União Europeia, destacando o apelo da comunidade internacional para que as hostilidades sejam interrompidas.
Em Jerusalém, o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu reafirmou, em uma entrevista coletiva neste domingo (10), a posição dele de que o plano para a cidade de Gaza é a melhor solução para terminar a guerra, que já se arrasta por 22 meses. Netanyahu afirmou que o objetivo do plano não é ocupar Gaza, mas sim desmilitarizá-la, uma justificativa que tem sido central na defesa do governo israelense em relação à ação militar na região.
Apesar dessa argumentação, Netanyahu está sendo pressionado internamente, especialmente pela extrema-direita do governo, que considera o plano insuficiente. Itamar Ben-Gvir, ministro da Segurança Nacional e uma das figuras mais radicais do governo israelense, declarou que o plano de Netanyahu é “pouco ambicioso”. Para Ben-Gvir, a solução deve ser mais drástica, incluindo a “transferência da população” de Gaza e a “colonização” do território, postura que divide ainda mais o governo israelense sobre o futuro de Gaza.
A situação em Gaza também está sendo acompanhada com grande apreensão pela comunidade internacional. A ONU advertiu sobre as consequências humanitárias de uma possível intensificação do conflito, destacando que mais de dois milhões de pessoas estão ameaçadas por uma possível "fome generalizada". A pressão internacional para que os combates cheguem ao fim é crescente, especialmente considerando o impacto devastador para a população civil.
Quer mais notícias direto no celular? Acesse nosso canal no WhatsApp!
Enquanto isso, os Estados Unidos, como membro permanente do Conselho de Segurança da ONU e aliado estratégico de Israel, devem continuar a proteger o parceiro de quaisquer medidas concretas de censura. Com poder de veto, os EUA têm se posicionado contra resoluções que possam ser desfavoráveis a Israel, o que gera tensões dentro do Conselho de Segurança.
Ainda neste domingo (10), manifestantes se reuniram na sede das Nações Unidas, em Nova York, para exigir o fim imediato do conflito. O protesto foi marcado por uma forte presença policial, o que reflete a polarização global em relação ao conflito e o crescente pedido por uma solução pacífica. Enquanto isso, o drama humanitário em Gaza continua a se intensificar, com milhares de civis sofrendo as consequências da guerra e da escassez de recursos essenciais para a sobrevivência.
Seja sempre o primeiro a ficar bem informado, entre no nosso canal de notícias no WhatsApp e Telegram. Para mais informações sobre os canais do WhatsApp e seguir outros canais do DOL. Acesse: dol.com.br/n/828815.
Comentar